Panorama internacional

China reage à declaração do premiê da Polônia vinculando Ucrânia e Taiwan: 'Manipulação política'

Segundo a chancelaria chinesa, "qualquer tentativa de usar a questão da Ucrânia como pretexto para insinuar um relacionamento com a questão de Taiwan é manipulação política com segundas intenções".
Sputnik
Nesta sexta-feira (14), Pequim rebateu os comentários do primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, que associaram o conflito na Ucrânia a um possível ataque chinês a Taiwan, acusando-o de interferir em seus assuntos internos.
Ontem (13), Morawiecki disse durante um discurso no think tank Atlantic Council em Washington que se Kiev for derrotada, Pequim pode decidir invadir Taiwan logo depois, segundo a Reuters.
"Em 13 de abril, um funcionário do governo polonês [...] comparou abertamente as questões de Taiwan e da Ucrânia e fez a afirmação infundada de que se a Ucrânia perder a guerra, a China continental atacará Taiwan no dia seguinte. Qualquer tentativa de usar a questão da Ucrânia como pretexto para insinuar um relacionamento com a questão de Taiwan é manipulação política com segundas intenções, atropelamento irracional do princípio do respeito à soberania nacional e integridade territorial e flagrante interferência nos assuntos internos de Pequim", afirmou um porta-voz da Embaixada da China em Varsóvia disse em um comunicado.
Nos últimos dias, a Polônia vem desenvolvendo ainda mais seus laços diplomáticos e militares com os Estados Unidos.
Em visita ao país norte-americano ao longo desta semana, Morawiecki declarou a intenção de seu governo de abrigar em território polonês um centro de manutenção europeu para os tanques Abrams dos EUA, e a vice-presidente estadunidense, Kamala Harris, anunciou o envio de mais tropas americanas para Polônia, conforme noticiado.
Varsóvia também reagiu fortemente aos comentários do presidente francês, Emmanuel Macron, que visitou a China na semana passada. Macron disse que a União Europeia deve reduzir sua dependência dos EUA e almejar se tornar um "terceiro polo" nos assuntos mundiais ao lado de Washington e Pequim.
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Mas do lado polonês, tanto o presidente, Andrzej Duda, quanto Morawiecki enfatizaram nos últimos dias que a aliança com os norte-americanos é essencial para a segurança europeia, alertando contra qualquer ideia de "autonomia estratégica" para a Europa.
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