Os produtores húngaros de grãos perderam de 23% para 37% de sua renda em 2022, quando as importações de grãos da Ucrânia saltaram de 40.000-60.000 para 2,5 milhões de toneladas, disse na segunda-feira (17) Istvan Nagy, ministro da Agricultura da Hungria.
"De acordo com os dados generalizados, a quantidade total de grãos e culturas de óleo ucranianos foi de 2,5 milhões de toneladas no ano passado, das quais 1,8 milhão de toneladas são de importação direta e 0,7 milhão de toneladas são indiretas. Só para entender quão grande é esta quantidade e o problema causado por ela: nos anos anteriores a importação regular ucraniana era de cerca de 40.000-60.000 toneladas por ano", contou Nagy ao jornal húngaro Magyar Nemzet.
Segundo ele, a maior parte dos produtos alimentares importados da Ucrânia para o trânsito pela União Europeia (UE) permaneceu na Hungria.
"A maior parte provavelmente permaneceu no país, o que sentimos principalmente com base nos preços. De acordo com os dados de nosso sistema de preços, o preço ao produtor do trigo comestível na Hungria sem imposto de valor agregado e custo de transporte é 27% mais baixo do que há um ano, o preço do trigo forrageiro é 37% mais baixo e o do milho forrageiro é 23% mais baixo", disse Nagy.
Além dos cereais, a Ucrânia usou seu acordo temporário de isenção de impostos com a UE para exportar mel, aves e ovos, minando os produtos húngaros de seus mercados regulares, disse o ministro.
O baixo preço dos grãos ucranianos é o resultado de métodos de cultivo incomuns na UE, acrescentou Nagy, referindo que o escritório nacional húngaro de segurança da cadeia alimentar descobriu casos de grãos ucranianos infectados com micotoxinas, e várias amostras testaram positivo para organismos geneticamente modificados.
No sábado (15) a Polônia e Hungria anunciaram a proibição da importação de produtos agrícolas ucranianos até 30 de junho, citando a necessidade de proteger os agricultores domésticos do influxo descontrolado de grãos baratos da Ucrânia. Nesta segunda-feira (17) Eduard Heger, primeiro-ministro da Eslováquia, disse que o país se juntaria a essa iniciativa. A Bulgária também está ponderando uma proibição semelhante, de acordo com o ministro da agricultura do país, Yavor Gechev.