Fernando Haddad afirmou nesta segunda-feira que vai negociar com as instituições financeiras uma redução da taxa de juros cobrada nas operações com o cartão de crédito rotativo, que é a linha de crédito mais cara do mercado brasileiro atualmente.
O crédito rotativo do cartão de crédito costuma ser acionado por quem não pode, ou opta por não pagar, o valor total da fatura na data do vencimento.
No entanto, o alto patamar dos juros do cartão de crédito rotativo acontece em um momento de alta do endividamento das famílias, o que limita a capacidade de consumo da população e impulsiona a inadimplência, que de acordo com o Banco Central (BC), somou 48,8% da renda acumulada nos doze meses até fevereiro desse ano.
"O desenho [do crédito do cartão rotativo] está prejudicando muito a população de baixa renda. Uma boa parte do que pessoal que está no Serasa hoje é por conta do cartão de crédito. Não só, mas é também por cartão de crédito. E as pessoas não conseguem sair do rotativo. É preciso encontrar um caminho negociado como fizemos com a redução do consignado dos aposentados", declarou Haddad a jornalistas.
De acordo o G1, o ministro diz que essa é uma das 14 medidas do pacote que vai ser anunciado nas próximas semanas pelo governo para destravar o crédito bancário. Ele afirmou ainda que o tema deve ser discutido junto a representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em Brasília.
Segundo fontes do sistema financeiro familiarizadas com o tema, as altas taxas cobradas no rotativo do cartão não são um tópico simples de ser resolvido, mas afirmam que alguns caminhos estão sendo pensados, como oferecer taxas mais acessíveis a devedores pontuais ou ainda outras formas de pagamento da dívida para clientes que precisem acessar o crédito.