Em 2014, o então presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, foi deposto na sequência dos protestos Euromaidan em Kiev, originando confrontos ferozes entre manifestantes armados e as forças policiais.
"Você sabe, o Maidan pode acontecer novamente", afirmou um ex-ministro que pediu para não ter sua identidade revelada.
"A guerra despertou grandes esperanças, e as pessoas estarão muito impacientes por mudanças [...] Elas vão querer dinheiro e justiça, bem como a conclusão da reforma que elas exigiram em 2014, e vão querer isso muito rápido", destacou.
A mídia ainda relatou que os políticos e líderes civis entrevistados pela revista alertam que o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, seria acusado de usar o conflito para consolidar o poder e contornar o parlamento.
"Precisamos apoiar o governo e precisamos permanecer unidos [...] Mas me preocupo sobre o futuro da democracia em meu país", afirmou Nikolay Knyazhitsky, membro do Partido da Solidariedade Europeia.
Desde o golpe Maidan, em 2014, Kiev adotou uma série de políticas destinadas a regular e limitar o uso da língua russa na TV e em locais públicos, inclusive nos setores de educação e serviços.
A discriminação contra a população de língua russa levou a uma guerra civil na Ucrânia, que resultou na declaração de independência das repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL) — que pediram ajuda à Rússia para se defenderem da agressão ucraniana.