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Mídia: proximidade do ministro da Casa Civil com empresário impulsiona lobby do gás no governo Lula

Atualmente, medidas relacionadas ao gás natural no Brasil foram desengavetadas com apoio do Palácio do Planalto, entre elas o brasduto, rede de gasodutos que passaria por capitais e áreas do interior do Brasil, estimada em R$ 100 bilhões.
Sputnik
Um dos fortes motivos, de acordo com a Folha de São Paulo, seria a proximidade do ministro da Casa Civil, Rui Costa, com o empresário Carlos Suarez, chamado por executivos do setor como "o homem do gás".
Suarez é o S da OAS, construtora que ajudou a fundar em Salvador, nos anos de 1970, mas da qual depois se desligou. Agora, o empresário é dono da Termogás, que controla distribuidoras de gás encanado em regiões ainda não atendidas por gasodutos.
O brasduto, mencionado anteriormente, é tratado como pilar para o novo programa do governo anunciado nos 100 primeiros dias: o "Gás para Empregar". Em linhas gerais, o projeto propõe usar o gás para promover a reindustrialização do Brasil.
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O projeto foi lançado na reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), atipicamente prestigiada pelo presidente Lula, segundo a mídia, além do vice Geraldo Alckmin e de cinco ministros, incluindo Costa. O gás foi tratado como prioridade, apesar de ser fóssil e questionado por ambientalistas, e de o governo dizer que prioriza a transição energética verde.
Para analistas do setor, um grande sinal de apoio ao gás e a Suarez, foi Costa insistir na indicação de Efrain da Cruz para secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, que, segundo o jornal, é ligado ao Centrão e associado à defesa de projetos do empresário —como as térmicas previstas na Lei da Eletrobras. Além disso, o ministro tem ajudado a agilizar projetos e indicações para acelerar o uso do gás no país.
Até especialistas em energia respeitados no PT tentaram evitar que Efrain fosse efetivado por causa do histórico como diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica. A Casa Civil, porém, insistiu no nome. Efrain é um defensor do gás associado a Suarez. Sua indicação foi mal recebida até no mercado financeiro, segundo a mídia.
O CEO da Termogás, José Garcez, conversou com a Folha de São Paulo e negou qualquer participação dos sócios e dirigentes da empresa na indicação de Efrain para o MME e disse que o empresário "não indica ninguém, as escolhas são do governo".
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As relações entre Suarez e Costa passam por interesses do empresário em assuntos sob a responsabilidade do governo estadual, principalmente os relacionados ao setor imobiliário na Bahia, estado onde Rui Costa foi vereador, secretário, deputado e governador.
Em outubro de 2018, pouco depois de Costa se reeleger governador, a administração local renovou, com dispensa de licitação, um contrato de locação com a Patrimonial Beaufort, empresa que tem a esposa de Suarez como sócia.
A mídia afirma que procurou o ministro, mas ele não quis se manifestar, e que Suarez também não atendeu a reportagem.
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