Panorama internacional

EUA podem estar 'enviando' dinheiro de ajuda externa ao Talibã, diz inspetor-geral americano

John Sopko, inspetor-geral especial para a Reconstrução do Afeganistão dos EUA, criticou a execução dos fundos de ajuda externa para o país asiático, que diz poder estar financiando o Talibã.
Sputnik
Bilhões de dólares em ajuda externa para civis afegãos nos EUA podem estar indo diretamente para os cofres dos líderes talibãs graças à má fiscalização do dinheiro, disse John Sopko, inspetor-geral especial para a Reconstrução do Afeganistão do país norte-americano.
Funcionários da administração destinaram mais de US$ 8 bilhões (R$ 40,32 bilhões) em ajuda humanitária estrangeira a grupos e instituições de caridade afegãs desde a retirada de agosto de 2021, indicou na quarta-feira (19) o portal Army Times.
As declarações vêm quase dois anos após a retirada caótica das forças militares dos EUA do Afeganistão, que incluiu mortes de civis, membros do Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista) e militares americanos. Os republicanos procuram culpar o presidente Joe Biden por abandonar aliados e entregar o Afeganistão aos talibãs, enquanto os democratas criticam o plano de retirada negociado com o grupo militante por seu antecessor Donald Trump (2017-2021).
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Sopko e outros inspetores gerais, por sua vez, testemunharam perante os legisladores que, independentemente de quem for culpado, os problemas com o envolvimento dos EUA na região permanecem. Ele acrescentou que os funcionários do Departamento de Estado não conseguiram rastrear grandes parcelas desses pagamentos, e não podem garantir que o dinheiro está chegando aos indivíduos pretendidos.
"Eu não vi um combatente faminto do Talibã na TV. Eu vejo muitas crianças afegãs famintas na TV", disse Sopko aos membros do Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes dos EUA, referindo estar questionando "para onde todo esse financiamento está indo".
"Também não posso assegurar que o Talibã não está desviando o dinheiro que estamos enviando dos destinatários pretendidos, o povo afegão", apontou.
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