Reclusos que estão presos há anos na prisão norte-americana de Guantánamo em Cuba estão mostrando sinais de "envelhecimento acelerado", advertiu na sexta-feira (21) um alto funcionário do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
"Estamos pedindo à administração e ao Congresso dos EUA que trabalhem juntos para encontrar soluções adequadas e sustentáveis para tratar destas questões", disse Patrick Hamilton, chefe da delegação do CICV para os EUA e o Canadá, citado pela agência britânica Reuters.
"As ações devem ser tomadas com prioridade", sugeriu.
Em março Hamilton vistoriou as instalações da prisão, 20 anos após sua última visita. Ele disse ter ficado "impressionado com a forma como aqueles que ainda estão detidos hoje estão experimentando os sintomas de envelhecimento acelerado, agravado pelos efeitos cumulativos de suas experiências e anos passados na detenção".
Ele pediu que os prisioneiros recebessem cuidados de saúde mental e física adequados e contato familiar mais frequente.
O Departamento de Defesa dos EUA "está atualmente analisando o relatório", disse um porta-voz do Pentágono, conforme relatado pela Reuters.
O Campo de Detenção da Baía de Guantánamo, criado em 2002 pelo então presidente norte-americano George W. Bush (2001-2009) tem sido criticado como símbolo dos excessos da "Guerra ao Terror" dos EUA por causa dos métodos duros de interrogatório que, segundo os críticos, equivalem à tortura. A administração de Joe Biden disse que quer fechar as instalações, mas não apresentou um plano para isso.
Antes disso, a administração de Barack Obama (2009-2017) prometeu fechar a prisão, mas somente reduziu o número de prisioneiros, enquanto a de Donald Trump (2017-2021) ordenou manter o campo aberto. Atualmente restam 30 prisioneiros no local, com Hamilton instando Washington a resolver o deles e transferir para fora os que são elegíveis.