Os principais compradores chineses, que se afastaram do petróleo russo quando a União Europeia (UE) e o Grupo dos Sete (G7) impuseram um embargo e um teto de preço sobre o petróleo em dezembro, têm restaurado sua confiança e se juntaram à corrida pelo petróleo com desconto.
Em fevereiro, as refinarias estatais chinesas PetroChina e Sinopec retomaram as importações e, em março, as grandes refinarias privadas de petróleo Hengli Petrochemical e Jiangsu Eastern Shenghong Co. seguiram o exemplo, de acordo com negociantes e provedores de dados de rastreamento de navios Refinitiv, Kpler and Vortexa.
Em março, as importações totais russas da China, incluindo o fornecimento por oleodutos e suprimentos marítimos, aumentaram para um recorde de 9,61 milhões de toneladas, o equivalente a 2,26 milhões de barris por dia (bpd), apontam dados aduaneiros desta sexta-feira (21).
"As importações chinesas da marca russa [de petróleo] Urals estão a caminho de quebrar o recorde de março [em abril] à medida que mais refinarias começam a aproveitar o petróleo com desconto do Báltico da Rússia", disse Emma Li, analista da Vortexa, acrescentando que cerca de 700 mil bpd de Urals podem chegar à China em abril, acima dos 600 bpd do mês anterior.
Enquanto isso, as refinarias menores tiveram que optar por alternativas como a categoria de petróleo Russian Arctic e o petróleo iraniano e venezuelano, já que os grandes compradores estão de volta ao mercado. Ao mesmo tempo, os descontos que a Rússia oferecia enquanto procurava desviar os suprimentos do Ocidente estão diminuindo.