"Em uma tentativa desesperada de assegurar seu domínio através da punição dos desobedientes, os Estados Unidos têm se empenhado em destruir a globalização, que durante anos exaltaram como um bem supremo de toda a humanidade, que servia o sistema multilateral da economia mundial", apontou o chanceler russo.
"Sabemos que existe o Conselho de Segurança da ONU, que é a entidade primordial para a manutenção da paz e da segurança internacionais, mas os Estados Unidos, por exemplo, em 2003 decidiram ignorar o conselho e invadir o Iraque", disse a doutora em relações internacionais em entrevista à Sputnik.
Ignorando a ONU desde 2003
"França foi nesse caso o país que ameaçou vetar, e é claro que a Rússia também se opôs, a China se opôs, inclusive, naquela época, o México e o Chile – estávamos como membros eleitos do Conselho de Segurança – se opuseram, então os Estados Unidos, ao verem que não iam ter êxito ao apresentar sua resolução, decidiram não apresentá-la e fazer a guerra", afirma Rosas González.
"Os Estados Unidos contribuíram para enfraquecer as instituições [...], são os arquitetos da criação das Nações Unidas e agora parece que trabalham fora dela", explicou.
Rússia e China: países mais capacitados
"Agora temos a Rússia e temos a China, países mais capacitados que, de fato, estão fazendo uma série de gestões na região do Oriente Médio, e os Estados Unidos já não podem manobrar como vimos", recorda a especialista.
"Os Estados Unidos querem limitar o poder da Rússia e uma forma de [fazê-lo] é ter um regime na Ucrânia, um regime pró-ocidental como o de [Vladimir] Zelensky, que falou da adesão à União Europeia ou da adesão à OTAN", afirmou.