Neste 25 de Abril, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, discursou no Parlamento português durante a celebração do 49º aniversário da Revolução dos Cravos e foi alvo de protestos de legisladores de extrema direita.
Durante o pronunciamento, 11 parlamentares do partido de extrema direita Chega fizeram um protesto, respondido com aplausos a Lula por integrantes das outras bancadas.
O presidente do Parlamento, Santos Silva (PS), pediu que o presidente brasileiro interrompesse o discurso e cobrou respeito.
"Chega de insultos, chega de envergonhar as instituições, chega de envergonhar o nome de Portugal", disse o parlamentar português.
O convite a Lula causou polêmica desde que foi anunciado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinhos, em visita ao Brasil em fevereiro.
Augusto Santos Silva, presidente do Parlamento Português, centro superior, ladeado pelo presidente brasileiro Luis Inácio Lula da Silva, à esquerda, e o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa, à direita, para os hinos nacionais durante uma sessão de boas-vindas a Lula da Silva no parlamento, em Lisboa, 25 de abril de 2023
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Alguns políticos portugueses criticaram o convite alegando que o mesmo foi feito sem uma consulta ao Parlamento, porém, os que mais mostraram resistência foram os membros do Chega, que antes mesmo desta terça-feira (25), já haviam convocado filiados para fazerem "a maior manifestação de repúdio" à presença de Lula no evento, conforme noticiado.
Em meio a opiniões distintas entre políticos de outros partidos, a Casa resolveu vetar o discurso de Lula durante as cerimônias oficiais e solicitou ao mandatário que discursasse durante a manhã.
Ao longo de sua fala, Lula pontuou a onda crescente de ideologias extremistas, as quais ele disse serem "impulsionadas pela ditadura dos algoritmos", segundo o G1.
"Elas [ideologias extremistas] reduzem o espaço para o diálogo e a empatia, propagam o ódio e constrangem a expressão de nossa humanidade", afirmou.
Lula também criticou a operação russa na Ucrânia e o que chamou de "políticos demagogos" contrários à integração da União Europeia. O mandatário defendeu ainda a ampliação do Conselho de Segurança da ONU.
"Quem acredita em soluções militares para os problemas atuais luta contra os ventos da História. Nenhuma solução, de qualquer conflito, nacional ou internacional, será duradoura se não for baseada no diálogo e na negociação política", disse o presidente.
Ao encerrar suas declarações, sem mencionar o Chega, Lula afirmou: "Que deus abençoe Portugal, abençoe o Brasil, e viva a liberdade e a democracia. E não ao fascismo político e injusto".
Deputados do partido de extrema-direita portuguesa Chega mostram cartazes e bandeiras ucranianas para protestar contra Luis Inácio Lula da Silva durante a sessão de boas-vindas no Parlamento Português em Lisboa em 25 de abril de 2023
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A Revolução de 25 de Abril refere-se a um dos mais importantes eventos da história de Portugal resultante do movimento político e social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo e iniciou um processo que terminaria com a implantação de um governo democrático e com a entrada em vigor da nova Constituição.
Após cumprir agenda em território português, o presidente seguirá para Espanha, onde tem encontro previsto com empresários e centrais sindicais espanholas.