A sonda mediu propriedades do núcleo marciano, uma das camadas do interior do planeta, permitindo aos pesquisadores concluírem que o núcleo é formado por uma liga de ferro completamente líquida com elevadas percentagens de enxofre e oxigênio.
De acordo com o estudo publicado na revista PNAS, os dados forneceram novas pistas sobre como Marte se formou e se diferenciou geologicamente da Terra.
Os cientistas sugeriram que o Planeta Vermelho possa ter tido um escudo magnético assim como o campo gerado pelo núcleo da Terra, o que pode indiciar que Marte evoluiu gradualmente para as suas condições ambientais atuais.
Representação gráfica das ondas sísmicas detectadas no núcleo de Marte
Agora, uma progressão de dois eventos sísmicos distantes em Marte foi rastreada por uma equipe científica internacional.
Ao compararem o tempo que estas ondas sísmicas percorreram Marte com as ondas que permaneceram na camada, e combinando essa informação com outras mediações sísmicas e geofísicas, a equipe estimou a densidade e a compressibilidade do material pelo qual as ondas sísmicas viajaram.
"Fizemos as primeiras observações de ondas sísmicas viajando pelo núcleo de Marte. Dois sinais sísmicos, um de um terremoto muito distante e outro de um impacto de meteorito no outro lado do planeta, nos permitiram sondar o núcleo marciano com ondas sísmicas. Temos escutado de maneira efetiva a energia que viaja pelo coração de outro planeta e agora a ouvimos", afirmou Vedran Lekic, professor associado de geologia da Universidade de Maryland.