Panorama internacional

Dívida do Leste Europeu atinge níveis recordes após implementação de sanções antirrussas

Os governos do Leste Europeu já tomaram emprestado quase US$ 32 bilhões em 2023, o triplo do mesmo período do ano anterior, escreve a agência Bloomberg. Especialistas observam que os gastos estatais aumentaram significativamente após o início do conflito ucraniano e a implementação de sanções antirrussas.
Sputnik
"Pela primeira vez em uma década, três países do Leste Europeu, a saber, Polônia (US$ 9 bilhões) [cerca de R$ 45,5 bilhões], Romênia (US$ 6 bilhões) [cerca de R$ 30,3 bilhões] e Hungria (US$ 5 bilhões) [cerca de R$ 25,3 bilhões], estão entre os cinco maiores tomadores de empréstimos de mercados emergentes no exterior", relata o jornal.
O Leste Europeu está sofrendo enormes perdas financeiras, uma vez que os gastos estatais aumentaram acentuadamente devido à necessidade de compensar os custos militares e de permanência dos refugiados ucranianos. Após o início do conflito na Ucrânia, o mercado de títulos passou por mudanças significativas. Os empréstimos tornaram-se muito caros, mesmo para governos altamente cotados, depois que os bancos centrais de todo o mundo aumentaram as taxas de juros, disse a agência.
"A Polônia, por exemplo, paga 5,5% ao ano por seus novos títulos de 30 anos. Em 2021, o mesmo título teria sido vendido por menos de 4%", destacam os especialistas citados pela Bloomberg.
O déficit orçamentário do Leste Europeu vai aumentar para 4,3% do produto interno bruto (PIB) da região em 2023, ante 1,3% em 2021, estimam os analistas. Da mesma forma, as vendas de títulos em dólares e euros em mercados emergentes caíram para US$ 104 bilhões (cerca de R$ 525,6 bilhões) no ano passado, o nível mais baixo desde 2013, de acordo com os dados.
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Daniel Wood, gerente da empresa de investimentos William Blair International, esclareceu que o conflito na Ucrânia afeta os déficits orçamentários, pois o crescimento econômico e a renda dos países diminuem, enquanto os governos aumentam os gastos para combater os efeitos negativos da situação.
"As necessidades de dinheiro dos países continuarão grandes. Isso se deve à luta contra a inflação e ao aumento dos preços da energia. Os países precisam de uma moeda forte, mas o acesso aos fundos da União Europeia [UE] é limitado", disse Nafez Zouk, analista de dívida soberana de mercados emergentes da Aviva Investors em Londres.
O Ocidente intensificou as sanções contra a Rússia por causa de sua operação militar especial na Ucrânia, o que fez disparar os preços da eletricidade, do combustível e dos alimentos na Europa e nos Estados Unidos. O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a política de conter e enfraquecer a Rússia é uma estratégia de longo prazo do Ocidente, e as sanções foram um duro golpe para toda a economia mundial. As autoridades russas insistiram repetidamente que Moscou vai resolver todos os problemas ocasionados pelo Ocidente.
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