Anteriormente, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa comunicou que as autoridades do país estudaram a possibilidade de se retirar do Tribunal Penal Internacional (TPI). Mais tarde, a administração presidencial do país negou essas declarações.
Perguntado sobre como a mudança de opinião dos políticos sul-africanos vai afetar a possível visita e participação do presidente russo, Vladimir Putin, da cúpula do BRICS, que se realizará na África do Sul em agosto, Peskov disse:
"A Rússia é um participante importante e responsável do BRICS. É claro que também participaremos dos trabalhos da cúpula a ser realizada na África do Sul. É claro que isso será precedido por nossos contatos bilaterais com os sul-africanos. Vamos esclarecer a posição deles."
O porta-voz informou anteriormente que o líder russo recebeu um convite para a cúpula.
Mandado de prisão de Putin
A câmara de pré-julgamento do Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu em 17 de março um mandado de prisão do presidente da Rússia Vladimir Putin e da provedora russa dos direitos das crianças, Maria Lvova-Belova.
O TPI acusa as autoridades russas de supostamente "deportarem" crianças que a Rússia resgatou dos bombardeios ucranianos e levou da zona de guerra para áreas seguras.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que o TPI é uma estrutura limitada, externa à ONU, da qual muitos Estados não participam.
A jurisdição do TPI não é reconhecida por países que abrigam mais da metade da população mundial, inclusive a Rússia, os EUA, a China, a Índia, a Turquia, o Irã, a Arábia Saudita, a Indonésia, o Egito e outros.
A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores Maria Zakharova observou que as principais autoridades estatais têm imunidade contra as decisões do TPI e uma vez que a Rússia nunca fez parte do tribunal e não coopera com ele, suas ações contra a Rússia são "legalmente nulas e sem efeito".