A Alemanha está em negociações para limitar a exportação de produtos químicos usados na fabricação de semicondutores para a China como parte de sua estratégia de desacoplagem parcial, de acordo com a agência norte-americana Bloomberg.
Robert Habeck, ministro da Economia e vice-chanceler sob Olaf Scholz, aconselhou as autoridades de seu departamento a trabalhar em uma série de ferramentas de medidas para fortalecer a resistência econômica da Alemanha em determinadas áreas e reduzir as "dependências unilaterais" da China. A ideia de impor controles de exportação de produtos químicos para chips faria parte dessas medidas.
Os controles de exportação restringem o comércio de produtos que podem ser usados tanto no contexto civil quanto no militar. O objetivo dessas listas de dupla utilização é impedir o desenvolvimento e a proliferação de armas químicas, biológicas e nucleares, e também a produção oculta de armas militares convencionais.
Segundo uma das fontes, a maneira mais rápida e prática de implementar tais controles de exportação seria colocar os respectivos produtos e serviços na lista nacional de uso duplo da Alemanha.
A proposta faz parte de um pacote de medidas que o governo do chanceler Olaf Scholz está discutindo para cortar o acesso da China a bens e serviços necessários para a produção de semicondutores avançados, indicam as fontes da mídia.
As conversas dentro da coalizão governista alemã sobre tais controles de exportação ainda estão em um estágio inicial, estando as autoridades conscientes de que qualquer decisão nesse sentido poderia prejudicar os laços comerciais com a China, que se tornou o maior parceiro comercial da Alemanha, disseram as fontes citadas pela mídia.
Ao mesmo tempo, escreve a Bloomberg, apesar de tentar reduzir a exposição à China, e estabelecer "linhas vermelhas" no que toca a Taiwan, Scholz está buscando manter relações abertas com Pequim, particularmente nas áreas da promoção da paz global e nas mudanças climáticas.