Apesar da reformulação pela qual o órgão está passando, Lula já havia optado por manter um militar no cargo e Amaro dos Santos era um nome que já estava sendo ventilado, conforme noticiado.
O general já foi chefiou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o segundo governo Dilma Rousseff, de janeiro de 2015 a maio de 2016. Na época, o órgão se chamava Casa Militar e não tinha status de ministério.
Até o momento, quem está ocupando o cargo de forma interina é Ricardo Capelli. Ontem (27), Capelli exonerou 58 servidores. Na quarta-feira (26), foram 29, totalizando a dispensa de 87 servidores com o Palácio do Planalto avaliando se uma terceira rodada acontecerá, segundo o jornal O Globo.
A desmilitarização de cargos no Palácio do Planalto vem acontecendo desde o começo do governo Lula, ganhou impulso nas invasões de 8 de janeiro e recebeu ainda maior estímulo agora, depois que imagens supostamente mostrando o então ministro-chefe do GSI, general Gonçalves Dias, abrindo a porta para manifestantes no dia das invasões vieram a público.
O ocorrido culminou na demissão de Gonçalves Dias, o qual tinha uma amizade com o presidente da República de mais de 20 anos. Entretanto, com o desenvolvimento das investigações, Capelli disse que "as imagens entregues à CNN Brasil foram editadas".
"Inverteram a ordem cronológica dos acontecimentos, induzindo o espectador a uma falsa percepção sobre a conduta do chefe anterior do GSI", afirmou o ministro-chefe interino ao jornal Valor Econômico.
SECOM defende Gonçalves Dias
Para o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (SECOM), Paulo Pimenta, o GSI "estava contaminado" por bolsonaristas, e Pimenta acredita que o "erro" de Gonçalves foi não ter "feito com rapidez a faxina que deveria ter sido feita" na pasta para exonerar militares ligados à gestão de Jair Bolsonaro (PL).
"O GSI infelizmente estava contaminado. Se houve erro cometido pelo Dias foi de não ter feito com rapidez a faxina que deveria ter sido feita. Ele é uma pessoa honrada e leal ao Lula", afirmou o ministro citado pelo UOL.
Pimenta também falou sobre a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar os acontecimentos daquele 8 de janeiro. Para o ministro, a CPMI será importante para dar agilidade às investigações e dará a "oportunidade de a gente passar a limpo essa história toda".
"A comissão vai ser uma oportunidade de trazer os financiadores para depor, quebrar os sigilos dos financiadores, identificar os organizadores, responsabilizar criminalmente todos que incentivaram, organizaram e possibilitaram que essa ação criminosa tenha ocorrido, inclusive parlamentares", declarou Pimenta.