"De acordo com documentos ultrassecretos vistos pelo The Washington Post, os Estados Unidos detectaram, em dezembro, supostamente atividades suspeitas de construção em um terminal de contêineres no Porto de Khalifa, nos Emirados Árabes Unidos", diz o artigo.
O jornal indica que o porto tem sido operado em conjunto desde o final de 2018 por duas empresas estatais, a Abu Dhabi Ports Group e a COSCO Shipping Ports da China.
De acordo com os EUA, as obras mencionadas incluíram a construção de muros no perímetro de um depósito de logística das Forças Armadas chinesas.
E embora as autoridades do país árabe tenham confirmado que não encontraram nenhuma evidência que apoiasse as alegações de Washington, Abu Dabi encerrou as obras depois das reclamações norte-americanas.
No entanto, relatórios da inteligência dos EUA afirmam que os trabalhos de construção no Porto de Khalifa foram retomados, diz o jornal.
De acordo com eles, essas obras fazem parte dos planos da China de construir uma rede de pelo menos cinco bases militares no exterior e dez instalações logísticas até 2030, como parte de uma iniciativa chamada Projeto 141.
O artigo observa que analistas acham que os dados dos EUA podem ser uma superestimação da influência da China no Oriente Médio, já que a maioria dos portos suspeitos pelos Estados Unidos são comerciais, não adequados para serem portos militares.
De acordo com o artigo, a preocupação de Washington não é tanto que a China esteja intensificando sua presença, mas que os aliados do Oriente Médio, nesse caso os Emirados Árabes Unidos, estejam relutantes em compartilhar todas as informações com os Estados Unidos, especialmente sobre a cooperação com outros países.
Atualmente, o Exército chinês opera sua única base no exterior no porto de Doraleh, Djibuti, no leste da África, localizado próximo ao estratégico estreito de Bab al-Mandeb, que liga o oceano Índico ao mar Vermelho e ao canal de Suez.
Djibuti também abriga instalações militares operadas por sete outros países, inclusive a maior força permanente dos EUA na África.