Além disso, o Ocidente não tem alternativa, porque ele próprio negligenciou suas obrigações e não busca uma solução pacífica. Em qualquer caso, agora é improvável que o presidente russo, Vladimir Putin, desista de suas exigências máximas e faça concessões no conflito ucraniano, aponta Die Welt.
Mas mesmo que isso aconteça, não há como saber quem vai proteger Kiev, se Moscou decidir quebrar os acordos. É obvio que as autoridades ucranianas não vão concluir acordos precipitados com Moscou, está convencido o autor do artigo.
É claro que encontrar o equilíbrio necessário entre os interesses de segurança da Ucrânia, as ambições russas e os gestos significativos de reconciliação é tão difícil quanto "criar uma cópia de Nova York usando fósforos com todas as suas casas e parques".
O Ocidente "quer ceder o direito de decidir quando negociar com os governos da Rússia e da Ucrânia, limitado ao papel de fornecedor de armas?", pergunta o jornalista alemão. "A China se tornou realmente a única mediadora que ambas as partes reconhecem?"
Pelo menos Pequim tem o peso para influenciar Moscou. Os chineses, por outro lado, estão muito interessados em obter o máximo apoio do Kremlin como "parceiro júnior", explica Schuster.
Com a situação atual na Ucrânia, Xi Jinping tem todas as razões para procurar uma solução que lhes permita salvar sua moral. E pode-se duvidar da sinceridade dos motivos de Pequim, mas o que essa desconfiança fará?
E não há alternativas, destaca o autor: "Mediadores honestos sempre foram poucos e agora são poucos, se é que existem. O objetivo principal é criar uma ordem estável em que nenhum dos lados fique com raiva o suficiente para tentar quebrá-la pela força na primeira oportunidade."