Foram identificados 25 novos sinais de fontes repetidas entre as variedades de rádio "alienígenas" do espaço profundo detectados na Terra, revelou um estudo publicado na revista Astrophysical Journal.
As rajadas rápidas de rádio (FRB, na sigla em inglês), clarões de luz registrados na faixa de rádio do espectro eletromagnético, teriam sido descobertas de 30 de setembro de 2019 a 1º de maio de 2021 entre os eventos detectados pela Colaboração CHIME/FRB, liderada pelo Canadá, através do uso de um algoritmo especialmente adaptado que permitia pesquisar os dados coletados sobre as FRB, que são clarões brilhantes de luz.
O fato de que 25 eram de fontes repetidas, de um total de 50, parece confirmar a teoria de que as FRB podem eventualmente se repetir, e que elas estão emanando de fora da nossa Via Láctea.
"A maioria dos milhares de FRB que os astrônomos descobriram até hoje só foi vista explodindo uma vez, mas há um pequeno subconjunto que foi visto explodindo várias vezes. Uma das grandes questões é se as FRB que se repetem e as que não se repetem têm origens semelhantes", disse o comunicado da Universidade de Toronto, Canadá.
Os cientistas conduziram o trabalho em colaboração com a Universidade de Colômbia Britânica, a Universidade McGill e o Observatório Radioastronômico Dominion canadenses, além de outras instituições de ensino norte-americanos. Para isso, os cientistas usaram o telescópio Experimento Canadense de Mapeamento de Intensidade de Hidrogênio (CHIME, na sigla em inglês), localizado na Colômbia Britânica.
25 de setembro 2022, 06:28
A pesquisa vê as FRB como "um dos maiores mistérios na astronomia".
"Agora podemos calcular com precisão a probabilidade de que duas ou mais explosões vindas de locais semelhantes não são simplesmente uma coincidência", disse o Dr. Ziggy Pleunis, bolsista de pós-doutorado do Dunlap Institute for Astronomy and Astrophysics e autor correspondente da publicação.
Os pesquisadores teorizam que as FRB são, muito provavelmente, produzidos por "restos de mortes estelares explosivas". Quando é detectada uma explosão de rádio repetitiva, explicaram os astrônomos, a fonte pode ser observada usando instrumentos que operam na parte não radioativa do espectro eletromagnético.
"Ao estudar detalhadamente as fontes de repetição de FRB, podemos estudar os ambientes em que essas explosões ocorrem e entender melhor os estágios finais da vida de uma estrela", disse Pleunis, acrescentando que as novas ferramentas e algoritmos usados para este estudo serão muito úteis para pesquisas futuras.