O governo do Japão adotou na sexta-feira (28) uma nova política oceânica para os próximos cinco anos, que defende uma segurança marítima mais forte, incluindo o reforço da capacidade da guarda costeira e a cooperação com as forças armadas, cita a agência norte-americana Associated Press.
O Plano Básico de Política Oceânica adotado pelo gabinete do premiê Fumio Kishida citou como "ameaças" as "intrusões" de navios da Guarda Costeira da China nas águas territoriais japonesas, a crescente atividade marítima não autorizada de "barcos de pesquisa estrangeiros" dentro da zona econômica exclusiva do Japão, o crescimento dos exercícios militares conjuntos da China e da Rússia, e os repetidos lançamentos de mísseis da Coreia do Norte.
Durante uma reunião política realizada na sexta-feira (29) Kishida afirmou a necessidade de acelerar o desenvolvimento de veículos subaquáticos autônomos e robôs operados remotamente para fortalecer sua capacidade de vigilância, e também de usar melhor os recursos marítimos para alcançar a neutralidade de carbono.
A nova política oceânica está alinhada com a nova estratégia de segurança nacional do Japão que o governo do país adotou em dezembro, que rompeu com o princípio de autodefesa que o país manteve sob sua constituição pacifista do período pós-Segunda Guerra Mundial.
A estratégia prevê o fortalecimento do poder militar do Japão com uma capacidade de ataque e a duplicação do orçamento de defesa em cinco anos. A estratégia também exige uma cooperação mais estreita entre os militares e a Guarda Costeira em qualquer emergência relacionada com Taiwan ou outros possíveis conflitos.
Wu Jianghao, embaixador da China no Japão, exortou o país na sexta-feira (28) em uma coletiva de imprensa a se abster da questão de Taiwan, dizendo que é o principal interesse nacional da China e "uma linha vermelha que não deve ser ultrapassada".
Ele atribuiu as crescentes tensões em torno de Taiwan às "forças estrangeiras que estão conspirando com as forças de independência de Taiwan", dizendo que o objetivo final delas é separar Taiwan da China.
Uma mudança no status quo causaria um "resultado catastrófico", apontou, acrescentando que se o Japão tomar partido das forças "independentistas", isso levaria o povo japonês "para o fogo", disse ele.