Nesta sexta-feira (5), durante o encontro entre o premiê britânico, Rishi Sunak, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Reino Unido anunciou o envio de 80 milhões de libras (cerca de R$ 500 milhões) para o Fundo Amazônia, segundo a BBC.
Lula e Sunak se encontraram a portas fechadas em Downing Street, residência oficial e escritório do premiê britânico, relata a mídia. O presidente brasileiro está no Reino Unido para a coroação do rei Charles III, que acontece neste sábado (6).
"Além de futebol, temos muito em comum. Tenho prazer de anunciar nesta ocasião que vamos investir no Fundo Amazônia. Prazer muito grande tê-lo aqui", disse Sunak a Lula.
Por sua vez, Lula afirmou que sua ida a Londres, além da coroação, seria um gesto para "restabelecer a normalidade na relação Brasil-Reino Unido".
"Temos boas relações, mas certamente é muito pouco na relação comercial. O país ficou isolado por seis anos. Nós agora queremos retomar primeiro a discussão comercial, na qual há possibilidades enormes de crescer o fluxo", disse Lula.
Lançado em 2009, o Fundo Amazônia foi criado pela Noruega, até hoje país de maior contribuição para organização, para combater o desmatamento e estimular o desenvolvimento sustentável.
O primeiro-ministro da Reino Unido, Rishi Sunak, à esquerda mostra ao presidente do Brasil, Lula da Silva, o caminho para sua reunião na 10 Downing Street Londres, 5 de maio de 2023
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Recentemente, os Estados Unidos anunciaram US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) para o fundo, mas a medida ainda precisa ser aprovada pelo Congresso norte-americano, conforme noticiado.
"O Brasil tem grandes reservas e tem participado de encontros de clima e compromisso de ter desmatamento zero na Amazônia até 2030. E o que tenho falado para todas os países ricos é para que cumpram os acordos firmados nas edições da COP. Os países mais pobres precisam de ajuda para manter suas florestas de pé. Estou muito otimista e agradecido de estar aqui. Essa bilateral é muito importante para nós", acrescentou Lula.
De 2019 a 2022, o desmatamento na Amazônia aumentou quase 60% em relação aos quatro anos anteriores.