"Bruxelas disse que alocaria € 100 milhões [R$ 550 milhões] para apoiar os agricultores. É claro que não acreditamos nisso, porque eles geralmente não dizem a verdade quando se trata de dinheiro: primeiro prometem e depois não dão. Acredito que não veremos nada desse dinheiro – é assim que Bruxelas funciona", disse Orbán.
De acordo com o primeiro-ministro, a situação dos produtos agrícolas ucranianos na Europa Central ensina a "sempre confiar na própria força" para defender os próprios interesses e não esperar por ajuda externa, especialmente de Bruxelas.
Anteriormente, o ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, disse que não se pode confiar em Bruxelas para exportar grãos da Ucrânia porque eles permanecem na Europa em vez de serem fornecidos à África e ao Oriente Médio, o que arruinou o mercado europeu.
Proibições dos produtos agrícolas ucranianos
Em junho de 2022, a União Europeia (UE) suspendeu as taxas de importação sobre todos os produtos provenientes da Ucrânia por um ano e lançou os chamados corredores verdes – rotas terrestres e fluviais para as exportações de grãos ucranianos.
Isso deveria ajudar as autoridades locais a aumentar os volumes de exportação.
Na realidade, devido a problemas de logística, a maior parte dos produtos agrícolas passou a ficar nos países vizinhos, o que, no outono europeu, já levou a uma crise de superprodução e causou descontentamento entre os agricultores do Leste Europeu.
Em meados de abril, Polônia, Hungria, Eslováquia e Bulgária anunciaram a suspensão das importações de produtos agrícolas ucranianos em meio a protestos de agricultores.
No entanto, em 28 de abril, a Comissão Europeia concordou com esses países e com a Romênia em suspender as restrições, exceto para trigo, milho, colza e sementes de girassol. Em troca, foi prometido aos agricultores um pacote de ajuda de € 100 milhões (R$ 550 milhões).