Por sua vez, a investigadora do think tank Brookings Institution, Amy Nelson, afirmou que embora "uma guerra fosse o pior cenário, o espaço se converteu em um local para uma competição".
A mídia recorda que em 1967, um acordo, o Tratado do Espaço Exterior, foi assinado por mais de 100 países, estabelecendo que o espaço era um "patrimônio comum" que todos poderiam utilizar para "fins pacíficos".
Contudo, o novo cenário mundial e as novas dinâmicas geopolíticas, bem como questões econômicas praticamente acabaram com o "ambiente amigável e de cooperação" entre os países, dando lugar a um local de competição entre as grandes potências.
Spagnulo destaca que a política de estar acima dos demais é algo "muito importante na doutrina política dos EUA, e por isso, juntamente de seus aliados, [os norte-americanos] criaram um programa espacial conhecido como Artemis, para voltar a explorar a Lua e não "ficar atrás de seus principais rivais", como a China, por exemplo.
"Eles [os EUA] querem ser os primeiros a chegar lá, já que quem chegar primeiro terá o poder de ditar as regras do jogo", destacou o engenheiro.
Entretanto, o engenheiro ressaltou que os EUA não estão sozinhos e que diversos países planejam a mesma coisa, tanto que a Rússia e a China podem firmar um "acordo forte", que poderia criar um bloco entre os dois países nos projetos lunares.
Além disso, desta vez, os EUA terão muitos outros concorrentes, diferentemente do século XX, já que países como Índia, Japão, Israel, Coreia do Norte, Coreia do Sul e Irã também possuem capacidade para enviar infraestruturas ao espaço.
Outro fator que poderia "atirar lenha na fogueira" para uma guerra espacial é a aspiração econômica, já que regiões espaciais como a Lua podem ter abundância de minerais, como silicatos, cuja extração de ferro e magnésio poderiam ser utilizados no setor aeroespacial, além de outros "ingredientes" que poderiam ser usados como combustível em reatores nucleares.