Panorama internacional

EUA alimentam o fascismo na UE para manter seu domínio em declínio, aponta historiador

Os EUA apoiam o fascismo no continente europeu para usá-lo como uma ferramenta na tentativa de manter o domínio que lhe escapa, disse o historiador militar francês René Barchi à Sputnik.
Sputnik
O historiador observou que, ainda durante a Segunda Guerra Mundial, o regime fascista era apoiado pelos grandes capitalistas da época.

"O fascismo conseguiu ganhar impulso com o apoio financeiro total dos grandes grupos capitalistas da época na Europa Ocidental e na América. Para eles, se tratava de criar uma 'ferramenta' política e militar para combater a jovem potência soviética, que a intervenção de 14 países não pôde destruir após a revolução de 1917", disse ele.

Então o fascismo foi derrotado "devido às incontáveis vítimas do povo soviético", relembrou.

"Pensávamos que o fascismo tinha acabado, mas hoje ele levanta a cabeça novamente, desta vez apoiado diretamente por um grupo de Estados liderados pelos Estados Unidos", disse Barchi.

Mas eles estão em processo de perda de sua hegemonia global, observa o especialista. Tudo isso acontece "a favor de um mundo multipolar cujos líderes surgem diante de nossos olhos: como a aliança sino-russa e, mais genericamente, o BRICS".
Em sua opinião, a intervenção dos EUA afetará qualquer país que não queira viver sob os ditames de Washington.
"A ascensão da China e o declínio inevitável do mundo unipolar e do 'dólar real' resultante dele mudarão radicalmente a situação", acredita ele.

"Desta vez, a intervenção já não é dirigida contra um país, mas contra qualquer parte do mundo que queira se libertar do jugo imperialista dos EUA e seu instrumento militar – a OTAN, que ainda querem ditar suas leis", afirmou o especialista francês.

No entanto, de acordo com Barchi, "a vitória da Rússia sobre a OTAN na Ucrânia mudará muita coisa nas relações intereuropeias" e porá fim ao mundo unipolar e ao domínio imposto dos EUA.
Barchi observou que a Rússia sempre foi parte integrante da Europa e que romper os estreitos laços históricos entre a Rússia e os países europeus não será benéfico para a UE.

"A Europa tem de andar sobre suas próprias pernas se quiser erguer-se e desenvolver-se pacificamente. Uma perna da Europa Ocidental e outra perna da Leste Europeu. Fazer espacate sobre o oceano Atlântico é arriscado e contraproducente. Se cortarmos a perna oriental, ficaremos para sempre incapacitados", concluiu o historiador.

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