Os EUA e seus aliados continuam a demonstrar dedicação inabalável para atiçar as chamas do conflito em andamento na Ucrânia, fornecendo ao regime de Kiev grandes quantidades de armas letais.
Na semana passada, surgiram relatos de que o Reino Unido tinha interesse aumentar a aposta fornecendo a Kiev o tipo de armamento que outros países ocidentais, como os EUA, até agora relutam em enviar — mísseis de cruzeiro de longo alcance que poderiam potencialmente atacar alvos no interior do território da Rússia.
O especialista militar russo e analista político, Ivan Konovalov, no entanto, disse à Sputnik que, embora possa parecer que os EUA não querem enviar mísseis de longo alcance para a Ucrânia, os EUA e o Reino Unido podem estar "trabalhando em conjunto" quando se trata dessa matéria.
"Os americanos têm seus próprios problemas políticos, as eleições, etc. Os republicanos e os democratas, ao que parece, acabarão rasgando a garganta um do outro. Biden enlouqueceu completamente, isso está claro", especulou Konovalov. "Portanto, eles [os EUA] não querem agravar a situação — eles deixam os britânicos fazerem isso. E assim os britânicos fornecem os mísseis de longo alcance, os Storm Shadows", ponderou o analista.
Questionado sobre as perspectivas desses mísseis serem usados contra a Rússia, Konovalov observou que a Ucrânia já está lançando ataques contra o território russo.
O analista, no entanto, previu que um ataque confirmado do Storm Shadow no interior do território russo poderia levar a uma resposta não contra a Ucrânia, mas sim contra o Ocidente coletivo, o fornecedor de armas da Ucrânia.
Enquanto isso, o editor-chefe do portal "Arsenal da Pátria", Dmitry Drozdenko, especulou que Londres pode estar mais interessada na continuação do conflito ucraniano do que Washington.
Durante uma entrevista à Sputnik, Drodzenko sugeriu que, ao contrário dos EUA, o Reino Unido não se importa muito com a situação em torno de Taiwan ou com o confronto com a China.
"Por outro lado, a, digamos, devastação econômica da União Europeia [UE] — o bloco do qual a Grã-Bretanha já havia saído — e a pacificação da Europa permite que a Grã-Bretanha lide com seus próprios problemas domésticos, até certo ponto", afirmou, acrescentando que o Reino Unido provavelmente vai se envolver na escalada do conflito ucraniano ainda mais.
O especialista também sugeriu que os ataques ucranianos em solo russo, como o recente ataque de drones ao Kremlin, podem ter levado Londres a acreditar que o fornecimento de mísseis de longo alcance a Kiev resultaria em um "barulho ainda maior".