Desde que anunciou seu desligamento da função de gerenciador das contas em redes sociais do ex-presidente, Jair Bolsonaro, seu filho e vereador, Carlos Bolsonaro, trocou as senhas do pai nas redes e desde então Bolsonaro está sem poder publicar, de acordo com o jornal O Globo.
Carlos Bolsonaro fez no anúncio no dia 16 de abril, o que faz com que Bolsonaro esteja quase um mês sem postar nada nas redes. O jornal afirma que confirmou a informação com interlocutores da família do ex-presidente.
Segundo aliados ouvidos pela mídia, Carlos trocou as senhas das redes para marcar sua posição, após entender que o pai estaria sendo aconselhado a fazer publicações em desacordo com a linha mais agressiva defendida pelo vereador.
Desde que retornou ao Brasil, após passar cerca de três meses nos Estados Unidos, Bolsonaro retomou contato mais próximo com marqueteiros que atuaram em sua campanha de 2022 e defendem uma comunicação mais suave nas redes sociais.
A última postagem realizada nos perfis de Bolsonaro ocorreu poucas horas antes do comunicado do filho. O conteúdo foram críticas às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o conflito na Ucrânia durante viagem à China.
De acordo com interlocutores da família, Carlos e Jair eram os dois únicos com acesso regular às redes sociais do ex-presidente, e essa não é a primeira vez que o vereador e filho 02 do ex-presidente tem tal atitude.
Em 2016, depois que o irmão Flávio Bolsonaro usou suas redes sociais para agradecer dois adversários, incluindo a deputada de esquerda Jandira Feghali (PCdoB-RJ), por terem-no socorrido após passar mal em um debate televisivo, Carlos usou sua senha para excluir a publicação em questão e barrar o acesso do irmão aos próprios perfis.
Atualmente, a ação do vereador já prejudicou o próprio pai que sem acesso às próprias redes, não conseguiu mobilizar diretamente seus seguidores, por exemplo, em episódios como a ida à Agrishow, o primeiro evento público de grande porte ao qual compareceu neste ano.
Em paralelo à questão das redes, Carlos viu avançar a investigação do Ministério Público do Rio (MP-RJ) sobre indícios de prática de "rachadinha" em seu gabinete na Câmara de Vereadores.