Nesta sexta-feira (12), o advogado do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, Eumar Novacki, disse que não existe a possibilidade da delação premiada por parte de Torres que foi solto ontem (11) após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Não existe essa possibilidade de delação. O que o Anderson vai fazer é cooperar para que se esclareça o mais breve possível os fatos que levaram a aqueles odiosos atos de 8 de janeiro", afirmou o advogado em declaração à imprensa segundo O Globo.
Ao mesmo tempo, Novacki negou que Torres tenha fornecido senhas erradas para a Polícia Federal como a corporação chegou a informar ao STF. De acordo com o advogado, um lado sigiloso apontou uma "falha técnica".
"Nós recebemos, de modo sigiloso, o laudo da Polícia Federal, que [indica que] de certa forma não era isso. Nós respondemos também de modo sigiloso e acrescentamos que estamos à disposição, caso ele queira indicar um perito para ir até o Anderson Torres. Ele vai estar colaborando e vai estar buscando acessar essas contas", disse.
A mídia afirma que, durante as declarações à imprensa, Novacki adotou um tom conciliador e afirmou que o STF agiu com a "energia necessária" após as invasões do dia 8 de janeiro, as quais ele classificou como "odiosas", mas afirmou que não havia necessidade de manter Torres.
"Não há quem não tenha se revoltado ao assistir aquelas cenas. Realmente uma mancha na história do Brasil. Nós entendemos que o STF, naquele momento, agiu com a energia necessária pra conter aquela escalada de violência. Mas passados mais de 100 dias, o Supremo acerta em conceder essa liberdade para o ex-ministro Anderson Torres", concluiu.
Torres foi preso no dia 14 de janeiro ao voltar dos Estados Unidos a pedido da Polícia Federal para que as investigações em torno das invasões no DF pudessem acontecer, visto que o ex-ministro na época ocupava o cargo de Secretário de Segurança Pública de Brasília.
Além das invasões, o Supremo apura um o esquema feito em conjunto entre a Polícia Federal Rodoviária e o Ministério da Justiça, na época chefiado por Torres, para tentar barrar eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de chegarem às unidades de votação no segundo turno.