"A única coisa que eu acho que pode estragar isso é o Ocidente exercer tanta pressão sobre a Ucrânia e fazer com que eles parem", declarou Hodges ao portal americano Business Insider.
O ex-general do Exército duvida que os aliados ocidentais se recusem a apoiar Kiev se a próxima contraofensiva não trouxer à Ucrânia um sucesso decisivo no confronto com a Rússia.
"Eu rejeitaria a conversa de que a Ucrânia só tem um tiro, que se não conseguir um golpe de nocaute, então é isso e todo mundo vai dizer 'muito ruim' e parar de apoiá-los", acrescentou Hodges.
Além disso, ele acredita que há funcionários na administração do presidente dos EUA, Joe Biden, que não estão prontos para apoiar plenamente a Ucrânia.
"Eu acho que a administração tem um monte de pessoas em lugares muito altos que não estão comprometidas com a Ucrânia absolutamente ganhando", disse Hodges, repreendendo a Casa Branca por não ter definido claramente qual é o objetivo estratégico dos EUA em ajudar a Ucrânia.
Ao mesmo tempo, Business Insider, citando suas fontes, relata que os militares estão cautelosamente otimistas sobre as perspectivas de uma contraofensiva ucraniana.
Por sua vez, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, afirmou nesta quinta-feira (11) em entrevista à emissora britânica BBC que seu país "precisa de mais tempo" para lançar a contraofensiva tão esperada, já que os militares aguardam a entrega da ajuda prometida ocidental.
No início de abril, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, sugeriu que as Forças Armadas da Ucrânia pudessem realizar o contra-ataque nas próximas semanas. Por sua vez, o ministro da Defesa ucraniano, Aleksei Reznikov, apelou para esperar até o fim da época de lamaçal nas estradas.
O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, observou que quaisquer declarações sobre a planejada contraofensiva dos militares ucranianos são cuidadosamente monitoradas e levadas em conta no planejamento da operação militar especial.