Segundo informações divulgadas em entrevista coletiva na noite de segunda-feira (15), em Brasília, os advogados de defesa do ex-presidente alegaram que Bolsonaro transferiu cerca de US$ 135 mil (aproximadamente R$ 660 mil) de contas bancárias do Brasil para uma conta aberta em dezembro de 2022, nos Estados Unidos, por medo de erros na condução econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Ele acredita que o atual governo não vai conduzir efetivamente a economia. A melhor poupança seria tirar dinheiro do Brasil e levar para os EUA", afirmou um dos advogados de Bolsonaro, Marcelo Bessa.
A transferência dos valores, segundo a defesa, foi feita com conhecimento do Banco Central. "Foram obedecidos todos os marcos legais. A conta foi devidamente registrada e declarada no Banco Central. Ele mandou quase todos os recursos que tinha em poupança para os EUA", completou Bessa.
Ainda de acordo com a defesa, a nova poupança de Bolsonaro foi aberta no Banco do Brasil nos Estados Unidos e seus valores nunca foram movimentados.
Os advogados de Bolsonaro reuniram a imprensa para prestar esclarecimentos sobre os depósitos em dinheiro feitos para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pelo ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid, que está preso desde o dia 3 de maio, sob uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga a falsificação de cartões de vacinação contra a COVID-19.
Dinheiro no exterior
A Polícia Federal encontrou indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem uma conta em um banco localizado no estado norte-americano da Flórida. Os investigadores já confirmaram a existência de uma conta ligada a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.
As suspeitas, porém, surgiram durante análise do material encontrado nos celulares de Bolsonaro e Mauro Cid, segundo apuração revelada pela GloboNews. Ao que tudo indica, a conta ligada a Bolsonaro foi aberta na BB Americas, subsidiária internacional do Banco do Brasil, na Flórida, mesma instituição em que Mauro Cid possui conta.
Se os investigadores confirmarem a suspeita, a quebra do sigilo bancário deve ser solicitada ao Ministério da Justiça, por meio do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), para apurar se os valores movimentados foram declarados ao fisco brasileiro e se configuram, ou não, lavagem de dinheiro. Segundo a PF, no decorrer deste processo, o ex-presidente pode ser chamado a se explicar.