"É claro que eles podem se afastar", disse Rogers quando perguntado se os países europeus podem se afastar completamente do petróleo russo.
Ele lembrou que durante a Guerra Fria a União Soviética não vendeu petróleo para a Europa. E tal período pode voltar, segundo Rogers.
"Isso pode acontecer, mas não se preocupe, a Rússia venderá seu petróleo. Alguém comprará o petróleo russo. Como eu disse antes, nenhuma dessas coisas tem consequências de longo prazo porque as pessoas encontram maneiras de contorná-las", acredita Rogers.
Pelos mesmos motivos, os controles, como um teto de preços ao petróleo russo, nunca serão eficazes, disse ele, porque as pessoas encontram rapidamente maneiras de burlar as restrições impostas.
Rogers enfatizou que sempre que os governos impõem controles, sanções ou outras restrições, os mercados negros se desenvolvem.
O investidor também não acredita que a situação dos ativos russos congelados pelo Ocidente coletivo liderado pelos Estados Unidos se transforme em um grande problema, já que poucas nações apoiam a posição de Washington.
"Você diz que o Ocidente simplesmente pegará os ativos russos e os entregará à Ucrânia como compensação pelas hostilidades? Isso pode acontecer, e já aconteceu. Entretanto, não acho que isso seria muito generalizado porque o número de países que estão apoiando a posição dos EUA é notavelmente baixo."
Rogers sugere que só há de 30 a 35 países que podem dar dinheiro russo à Ucrânia.
Ao mesmo tempo, o investidor disse que as relações entre a Rússia e os países do Ocidente coletivo acabarão voltando ao normal, já que a história não para.
"As pessoas não vão se lembrar [dos acontecimentos atuais]. Você e eu vamos nos lembrar disso e, durante a próxima década, as pessoas vão se lembrar, mas daqui a 50 ou 100 anos, as pessoas vão seguir em frente e fazer outras coisas, quer gostemos ou não. É assim que a história funciona", afirmou Jim Rogers.
A Rússia declarou repetidamente que o país está lidando com a pressão das sanções impostas pelo Ocidente há vários anos.
Moscou observou que ao Ocidente falta coragem para admitir o fracasso das sanções contra a Rússia. No próprio Ocidente é repetidamente referido que as sanções são ineficazes.