Borrell disse à mídia que Bruxelas estava ciente de que refinarias indianas estavam comprando grandes volumes de petróleo bruto russo antes de transformá-lo em combustível para venda na Europa, dizendo pela primeira vez que a União Europeia deveria agir barrar o movimento, segundo a mídia.
"Se o diesel ou a gasolina entrarem na Europa […] vindo da Índia e sendo produzido com petróleo russo, isso é certamente uma evasão das sanções e os Estados-membros devem tomar medidas", afirmou Borrell.
A Índia se tornou um dos maiores compradores de petróleo bruto russo desde o começo da operação russa na Ucrânia. Suas refinarias ganharam grandes margens ao comprar petróleo bruto com grandes descontos, que agora é amplamente barrado na UE, antes de vender combustíveis a preço normal na Europa.
"Que a Índia compre petróleo russo, é normal. E se, graças às nossas limitações no preço do petróleo, a Índia puder comprá-lo muito mais barato, bem, quanto menos dinheiro a Rússia conseguir, melhor. […] Mas se eles usarem isso para ser um centro onde o petróleo russo está sendo refinado e os subprodutos estão sendo vendidos para nós […] temos que agir", afirmou a autiridade europeia.
Hoje (16), Borrell se encontrou com o ministro das Relações Exteriores da Índia, S. Jai Jaishankar, e uma das pautas foi a questão do petróleo.
Ao mesmo tempo, Borrell disse que qualquer mecanismo para conter o fluxo de petróleo russo precisaria ser implementado "pelas autoridades nacionais", sugerindo que a UE poderia ter como alvo compradores de combustíveis refinados indianos que eles acreditam serem derivados do petróleo russo, diz o FT.
"Se vendem é porque alguém está comprando. E temos que ver quem está comprando", disse o europeu.
Os comentários do chefe da política externa do bloco aconteceram antes de seu encontro com o S. Jai Jaishankar.
Em entrevista concedida no ano passado durante um fórum europeu, o chanceler indiano foi indagado se Nova Deli não "estava ajudando a financiar o conflito na Ucrânia", Jaishankar respondeu que a Índia é um país soberano e que fará as melhores escolhas para sua economia, acrescentando que "a Europa tem que crescer fora da mentalidade na qual os problemas da Europa são os problemas do mundo, mas os problemas do mundo não são os da Europa".