"Veja as regulamentações do Conselho da UE, o petróleo bruto russo é substancialmente transformado em um terceiro país e não é mais tratado como russo. Peço que dêem uma olhada no Regulamento 833/2014 do Conselho", disse Jaishankar.
Foi assim que ele comentou as palavras de Borrell, incluídas em uma entrevista ao Financial Times, de que a UE deve tomar medidas contra a Índia, que refina petróleo importado da Rússia para vender na Europa. Segundo o chefe da diplomacia europeia, isso é feito para contornar as restrições econômicas aplicadas a Moscou.
Teto de preço petrolífero
As sanções petrolíferas impostas pelos países ocidentais à Rússia entraram em vigor em 5 de dezembro de 2022.
A União Europeia (UE) boicotou o petróleo russo transportado por mar, enquanto os países do G7, Austrália e UE impuseram um limite de preço de US$ 60 (R$ 315,2) por barril nos embarques marítimos, sendo o petróleo mais caro, acima desse limite, proibido de ser transportado ou segurado pelas companhias de seguros.
A Rússia respondeu proibindo, a partir de 1º de fevereiro deste ano, a exportação de petróleo se os contratos direta ou indiretamente incluíssem um mecanismo de limite de preço.
Em 5 de fevereiro, entraram em vigor as sanções sobre todos os combustíveis russos: a União Europeia proibiu a importação de produtos petrolíferos russos, ao mesmo tempo que a UE e os países do G7 estabeleceram um teto de preço.
O limite foi fixado em US$ 100 (R$ 525,4) por barril para o diesel russo e US$ 45 (R$ 236,4) por barril para o fuelóleo.
Moscou tem afirmado repetidamente que o Ocidente cometeu um erro grave ao se recusar a comprar combustíveis da Rússia e que vai cair em uma nova e mais pesada dependência devido aos preços mais altos.
Moscou disse que os países ocidentais ainda vão comprar petróleo e gás russos mais caros por meio de intermediários.