Panorama internacional

Lavrov: Rússia não se voltou para Oriente, foi o Ocidente que lhe deu as costas

A Rússia não mudou seu vetor da política externa para o Oriente – o próprio Ocidente se afastou, enquanto a Rússia continua aberta à diplomacia em relação à Ucrânia, mas ela deve ser séria, disse o ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov em uma entrevista ao canal de TV Tsargrad.
Sputnik

"Ninguém se afastou de ninguém. Ou melhor, o próprio Ocidente se afastou, pisando em seus próprios interesses. Quando o volume das relações com os países ocidentais diminuiu, objetivamente a participação de nossa política oriental aumentou", disse Lavrov.

De acordo com o ministro, a Rússia estava pronta para cooperar quando o Ocidente estava comprometido com relações iguais e com "uma perspectiva otimista de criar um espaço econômico, humanitário e de segurança comum do Atlântico ao Pacífico".
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Mesmo nos "melhores anos de cooperação entre a Rússia e a União Europeia", Moscou estava construindo relações com o Oriente. A Rússia não precisa "se voltar para qualquer lugar", pois é uma potência euro-pacífica e eurasiática.

"Ainda estamos, como disse o presidente russo Vladimir Putin, abertos à diplomacia com o entendimento de que ela será séria. Não vemos nenhuma proposta séria de nossos colegas ocidentais", acrescentou Lavrov.

As declarações do tipo "temos que acabar com tudo", "temos que retornar às fronteiras de 1991" e "recuperar a Crimeia" não são diplomacia, são sim um ultimato e chantagem, segundo ele.
"É um completo mal-entendido de nossa posição, de nosso povo e da realidade que se desenvolveu e está se estabelecendo no terreno."
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O ministro disse também que o Ocidente continua agravando a situação na Ucrânia fornecendo armas e equipamentos, com o objetivo de acabar com a Rússia.

"Os britânicos entregaram armas de longo alcance, alguns países estão entregando aviões da ex-URSS e prometem [entregar] aviões norte-americanos modernos. Provavelmente não são pessoas ingênuas. Pelo menos seus militares deveriam ter explicado aos políticos que, em algum momento, a ação encontra oposição", explica o ministro.

Ao mesmo tempo, Lavrov não descarta a possibilidade de que, em um determinado momento, os Estados Unidos vão abandonar a atual liderança de Kiev quando ela não for mais necessária, assim como eles abandonaram a liderança aliada no Afeganistão.
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