A 32ª cúpula da Liga Árabe começa em Jidá, na Arábia Saudita, na sexta-feira (19), em um evento que se concentrará em uma série de questões urgentes relacionadas à Síria e ao conflito palestino-israelense.
A resolução das crises na Líbia, no Sudão e no Iêmen, bem como o reforço dos laços econômicos e a coordenação dos esforços para combater o terrorismo, também estarão no topo da agenda.
É quase certo que o retorno da Síria à Liga Árabe se tornará um tópico prioritário da cúpula, que contará com a presença do presidente sírio, Bashar al-Assad, pela primeira vez em mais de uma década.
O bloco pan-árabe suspendeu Damasco em novembro de 2011 por causa da guerra civil na Síria, mas no início deste mês a Liga Árabe recebeu o país de volta.
A mídia síria informou que o presidente Assad deve se reunir com "vários líderes em reuniões bilaterais" na cúpula de Jidá.
Os participantes também devem priorizar a discussão da última escalada em Gaza, onde as Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram a Operação Escudo e Flecha em 9 de maio.
As unidades das FDI atacaram posições do grupo radical Jihad Islâmica em resposta ao anterior bombardeio maciço do Estado judeu. Em 13 de maio, Israel e as facções palestinas baseadas em Gaza concordaram em um cessar-fogo em uma decisão que foi mediada pelo Cairo.
Pouco depois, o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, disse que a "agressão israelense" contra os palestinos ameaça a segurança regional, enquanto seu homólogo jordano, Ayman al-Safadi, pediu a retomada de "negociações sérias e abrangentes" sobre o dossiê palestino.
Separadamente, a cúpula de Jidá discutirá maneiras de enfrentar o impasse no Sudão, onde mais de 600 pessoas morreram e 5.000 ficaram feridas em confrontos entre os militares sudaneses e o grupo paramilitar das Forças de Apoio Rápido.
É importante ressaltar que a cúpula da Liga Árabe de 2023 ocorre em meio à normalização das relações entre a Arábia Saudita e o Irã, que concordaram em restaurar os laços em 10 de março de 2023, algo que especialistas dizem ter ajudado significativamente ao retorno da Síria ao órgão pan-árabe.
Atualmente, a Liga Árabe inclui 22 Estados-membros, incluindo Argélia, Bahrein, Comores, Djibuti, Egito, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Mauritânia, Marrocos, Omã, Palestina, Catar, Arábia Saudita, Somália, Sudão, Síria, Tunísia, Emirados Árabes Unidos e Iêmen.
Por sua vez, o presidente russo Vladimir Putin saudou os participantes da cúpula da Liga Árabe num telegrama.
O presidente russo, em sua saudação à cúpula da Liga dos Estados Árabes, disse que a Rússia atribui grande importância ao desenvolvimento de relações amigáveis com o Oriente Médio e o Norte da África, informou o Kremlin.
"A Rússia tradicionalmente atribui grande importância ao desenvolvimento de relações de amizade e cooperação construtiva com os países do Oriente Médio e do Norte da África, inclusive no âmbito do diálogo com a Liga dos Estados Árabes, a fim de combater eficazmente as ameaças e desafios que a humanidade moderna enfrenta", disse em um comunicado.
"Continuaremos a apoiar ativamente os esforços coletivos para resolver pacificamente os problemas regionais agudos, incluindo as crises no Sudão, Iêmen, Líbia e Síria, com pleno respeito à soberania do Estado e às normas do direito internacional existentes", indica também o telegrama.