Astrônomos detectaram o primeiro cinturão de radiação observado em torno de um corpo celeste fora do Sistema Solar, aponta novo estudo.
A equipe usou um conjunto de 39 radiotelescópios coordenado pelo Observatório Nacional de Radioastronomia, situado nos EUA, e o radiotelescópio Effelsberg, operado pelo Instituto Max Planck de Radioastronomia, na Alemanha. Imagens de rádio da anã ultrafria LSR J1835+3259, que fica a cerca de 18,5 anos-luz de distância da Terra, revelaram uma nuvem de elétrons de alta energia presos no poderoso campo magnético do astro.
Pesquisadores observaram o corpo celeste no espectro de rádio e detectaram um cinturão de radiação cerca de 10 milhões de vezes mais poderoso do que os vistos perto de Júpiter.
"Estamos na verdade obtendo imagens da magnetosfera do nosso alvo observando o plasma emissor de rádio e o seu cinturão de radiação – na magnetosfera. Isso nunca foi feito antes para algo do tamanho de um planeta gigante gasoso fora do nosso Sistema Solar", disse Melodie Kao, pós-doutoranda na Universidade da Califórnia em Santa Cruz, nos EUA.
Visualização artística de cinturões de radiação em torno da anã marrom LSR J1835+3259
Para criar um campo magnético, o interior de um planeta deve ser quente o suficiente para ter fluidos condutores, que no caso da Terra é o ferro fundido em seu núcleo. Em Júpiter, o líquido condutor é hidrogênio, que está sob tanta pressão que se torna metálico.
O hidrogênio metálico provavelmente também produz campos magnéticos em anãs marrons, observou Kao, enquanto no interior das estrelas o líquido condutor é hidrogênio ionizado.
Um cinturão de radiação é uma região da magnetosfera dos planetas onde partículas carregadas de alta energia que entraram na magnetosfera se acumulam e ficam presas.
Todos os planetas do Sistema Solar com campos magnéticos, incluindo a Terra e Júpiter, têm cinturões de radiação compostos por essas partículas carregadas de alta energia presas pelo campo magnético do planeta.