Vladimir Zelensky, presidente ucraniano, deve assumir a responsabilidade e pedir desculpas em nome da Ucrânia pelo massacre de 1943 na região de Volhynia, chamou Lukasz Jasina, porta-voz do Ministro das Relações Exteriores da Polônia.
O parlamento da Polônia reconheceu em 2016 como genocídio o massacre de dezenas de milhares de poloneses na região do Leste Europeu historicamente disputada por várias forças e impérios, no verão europeu de 1943. Durante esse período nacionalistas ucranianos atacaram dezenas de aldeias polonesas, causando cerca de 100.000 mortes, principalmente de mulheres, crianças e idosos.
Jasina disse em uma entrevista divulgada no sábado (19), citando a opinião pública no seu país, que o caso, no qual nacionalistas ucranianos tiraram a vida a dezenas de milhares de poloneses há 80 anos, deve ser resolvido no mais alto nível para acabar com as diferenças entre os dois países.
Ele também considera que há uma "falta de entendimento" sobre esta questão por parte de Kiev. O membro da chancelaria da Polônia vê isso como necessário porque, segundo ele, o país já assumiu a responsabilidade pelos crimes cometidos contra ucranianos.
Vasily Zvarich, embaixador ucraniano em Varsóvia, chamou as palavras do porta-voz de "inaceitáveis e infelizes".
"Qualquer tentativa de impor ao presidente ucraniano ou à Ucrânia o que devemos fazer em relação ao nosso passado comum é inaceitável e infeliz. Nós nos lembramos da história e pedimos respeito e equilíbrio nas declarações", escreveu ele em sua conta no Twitter, lembrando em um tweet entretanto eliminado que "a fórmula da verdadeira reconciliação nas relações ucraniano-polonesas": " perdoamos e pedimos perdão".