"A Comissão Europeia aprovou um esquema polonês de aproximadamente € 1 bilhão [cerca de R$ 5,3 bilhões] para apoiar a liquidez dos produtores agrícolas", disse a Comissão Europeia em um comunicado.
A ajuda vai consistir em doações diretas destinadas a reduzir a escassez de liquidez causada pelo aumento do custo dos fertilizantes minerais e pela falta de estabilidade no mercado agrícola, diz o comunicado.
As medidas fazem parte do Quadro Temporário de Crise e Transição, adotado pela Comissão Europeia em março de 2023 e projetado para acelerar a transição verde e reduzir a dependência de combustível fóssil. Neste quadro, o valor da assistência por beneficiário não deve ultrapassar os € 250 mil (aproximadamente R$ 1,3 milhão) e vai ser atribuído até 31 de dezembro de 2023, conforme o comunicado.
Em abril, Polônia, Hungria, Eslováquia e Bulgária proibiram as importações de produtos agrícolas ucranianos, citando a necessidade de proteger os agricultores domésticos do influxo descontrolado de grãos baratos ucranianos. Os primeiros-ministros dos quatro países e da Romênia também instaram a Comissão Europeia a introduzir medidas para neutralizar os efeitos negativos do aumento das importações de grãos ucranianos.
Ainda no final do mês de março, a Comissão Europeia apresentou propostas para resolver a situação, e em resposta os países concordaram em suspender as restrições nacionais às importações ucranianas. As propostas previam a introdução de uma proibição de dois meses à importação de trigo, milho, girassol e colza ucranianos no território dos cinco países do Leste Europeu e incluíam um pacote de ajuda financeira no valor de € 100 milhões (cerca de R$ 536 milhões) para seus agricultores domésticos.
A Ucrânia obteve um acordo comercial temporário de isenção de impostos com a União Europeia (UE) em junho de 2022. Em março de 2022, a UE também lançou corredores verdes para facilitar o trânsito de grãos ucranianos para o mercado mundial em meio à operação militar especial da Rússia. No entanto, o grão barato da Ucrânia acabou inundando os mercados da UE, provocando indignação entre os agricultores locais.