Mais cedo nesta terça-feira (23), o primeiro-ministro russo Mikhail Mishustin disse durante um fórum empresarial sino-russo que os países aumentarão a independência da cooperação financeira bilateral realizando comércio em moedas nacionais.
O primeiro-ministro observou que apenas cerca de um quarto dos pagamentos entre a Rússia e a China foi realizado em moedas nacionais em 2021, enquanto no ano passado já eram quase dois terços.
"A tendência de transformar pagamentos para as moedas nacionais também facilitará a concessão de empréstimos nas respectivas moedas, principalmente em nível estatal. No estágio atual, o yuan pode substituir totalmente o dólar nas liquidações de comércio exterior entre a Rússia e a China, e uma infraestrutura financeira completa foi criada para esse fim na Rússia", diz o especialista.
Em sua opinião, outras moedas poderiam ser quase completamente suplantadas no horizonte de vários anos no volume de negócios entre a Rússia e a China.
A transferência para o yuan, segundo Mironyuk, reduzirá o risco de bloqueios e agilizará os procedimentos de aprovação de transferências e pagamentos.
O chefe do banco russo VTB, Andrei Kostin, acredita que o yuan chinês pode substituir o dólar norte-americano como a principal moeda de reserva e de pagamento do mundo nas próximas décadas.
"A China é hoje a segunda economia do mundo e, em um futuro próximo, se tornará a primeira. Há todos os motivos para esperar que seja o yuan chinês que possa substituir o dólar americano como a principal moeda de reserva e de pagamento do mundo nas próximas décadas", disse Kostin.
Ele observou que o Banco Central da Rússia já está investindo suas reservas em yuan e que, no comércio mútuo sino-russo, mais de 70% dos pagamentos comerciais serão em yuan juntamente com o rublo.