Panorama internacional

Política dos EUA em relação à Rússia incentiva desdolarização, segundo mídia

A rivalidade com a China, as consequências do conflito na Ucrânia e as disputas em Washington sobre o teto da dívida dos EUA fazem questionar o status do dólar como a moeda dominante no mundo, diz o artigo da Reuters.
Sputnik
A cota-parte do dólar nas reservas cambiais mundiais caiu para o mínimo dos últimos 20 anos, 58%, no quarto trimestre de 2022, informa a Reuters com base em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"O que aconteceu em 2022 foi uma queda muito acentuada da participação do dólar em termos reais", disse Stephen Jen, CEO da Eurizon SLJ Capital.
Uma das principais razões desta desdolarização é a política de sanções e de ultimatos dos Estados Unidos em relação a seus oponentes políticos, como a Rússia e a China.
Jen disse que a queda de 2022 foi uma reação ao congelamento de metade dos US$ 640 bilhões (R$ 3,17 trilhões) em ouro e reservas cambiais da Rússia no início da operação especial de Moscou na Ucrânia. Tais ações fizeram com que países como a Arábia Saudita, China, Índia e Turquia repensassem a diversificação para outras moedas.
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Agora, quando Washington usa sua moeda como arma contra seus concorrentes e adversários, os países, especialmente os em desenvolvimento, para garantir a segurança econômica, tentam ultrapassar a sua dependência do dólar.

"Depois da Rússia, as nações estão se perguntando: 'E se você cair no lado errado das sanções?'", questiona o estrategista da BNY Mellon, Geoffrey Yu, citado no artigo.

Hoje, a Índia compra petróleo russo na moeda dos Emirados Árabes Unidos (dirham) e em rublos da Rússia. A China passou a usar o yuan para comprar petróleo, carvão e metais russos, no valor de cerca de US$ 88 bilhões (R$ 436,5 bilhões).
A empresa petrolífera nacional chinesa CNOOC e a francesa Total Energies concluíram sua primeira transação de gás natural liquefeito em yuan em março.
De acordo com o Banco de Compensações Internacionais (BIS), a cota-parte do yuan nas operações globais de câmbio nos mercados OTC (fora da bolsa) aumentou de quase zero há 15 anos para 7%.
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