A empresa de implantes cerebrais informou que recebeu permissão para iniciar seu primeiro teste clínico em humanos, após anos de experimentos em animais.
"Estamos animados em compartilhar que recebemos a aprovação da FDA para lançar nosso primeiro estudo clínico em humanos! Esse é o resultado de um trabalho incrível da equipe da Neuralink em estreita colaboração com a FDA e representa um primeiro passo importante que um dia permitirá que nossa tecnologia ajude muitas pessoas. O recrutamento para o nosso estudo clínico ainda não está aberto", escreveu a empresa em sua página no Twitter.
De acordo com uma investigação publicada em março pela agência de notícias Reuters, o pedido de autorização da Neuralink foi rejeitado no ano passado pelas autoridades dos EUA, que citaram dúvidas sobre a segurança dos procedimentos que seriam realizados.
O empresário bilionário Elon Musk, proprietário da Neuralink, disse anteriormente que o objetivo geral da empresa é criar um dispositivo que possa ser inserido no cérebro de uma pessoa e interagir com todos os aspectos do cérebro.
Desde 2019, Musk vem afirmando que sua empresa, fundada em 2016, vai começar a fazer testes em humanos, com o objetivo de que esses implantes tratem com sucesso condições como paralisia e até cegueira.
Entretanto, de acordo com a Reuters, as autoridades norte-americanas temiam possíveis danos ao tecido cerebral durante a remoção do implante e o impacto dos fios do dispositivo no cérebro, entre outros riscos potenciais.
Essas não são as primeiras objeções aos procedimentos da Neuralink. Em fevereiro do ano passado, a organização não governamental Comitê de Médicos para a Medicina Responsável denunciou a empresa de Musk por abuso de animais ao testar implantes cerebrais em macacos.
"Os macacos usados no experimento foram enjaulados sozinhos, tiveram peças de aço parafusadas em seus crânios, sofreram traumas faciais, convulsões após os implantes cerebrais e infecções recorrentes nos locais dos implantes", alegou a ONG.
No passado, Musk prometeu que os implantes da Neuralink poderiam curar tudo, desde obesidade e esquizofrenia até navegar mentalmente na Internet e restaurar a mobilidade de pessoas com paralisia.
O magnata chegou a declarar no final do ano passado que está tão confiante na tecnologia de sua empresa que estará disposto a implantar um chip cerebral em seus próprios filhos.