A decisão acontece depois do pedido apresentado pela deputada Fernanda Melchionna (PSOL), quando enviou em janeiro dois ofícios aos Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores pedindo para ser averiguada a exportação de 28.960 projéteis ao Estado peruano no fim da gestão Bolsonaro, conforme noticiado.
"Levei isso ao presidente. Não vamos vender mais armas ao Peru. As armas que estão lá foram vendidas há três anos. Nesse momento não há nenhum pedido [do Peru por armas]. Isso foi feito há um tempo, e enquanto a situação perdurar não existirá essa exportação", afirmou Vieira em uma audiência na Câmara dos Deputados nesta semana segundo o portal Metrópoles.
Entretanto, a mídia relembra que na iniciativa privada, o país vizinho também compra armamentos. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, entre janeiro e abril deste ano, foram exportados R$ 1,44 milhão em armas de fogo e munição ao país. No ano passado, as vendas totalizaram R$ 6,5 milhões.
Após a deposição do então presidente Pedro Castillo no ano passado, mais de 60 peruanos morreram em confrontos com a polícia durante protestos violentos por todo país.
A presidência do Peru é atualmente ocupada por Dina Boluarte, vice na chapa que elegeu Castillo. O Ministério Público intimou Boluarte a depor, na próxima quarta-feira (31/5), em uma investigação que apura a responsabilidade da presidente nas mortes dos manifestantes.
O Peru é o único país que não respondeu ao chamado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o retiro que acontecerá entre chefes de Estado sul-americanos em Brasília no dia 30 por conta do caos político no país, conforme noticiado.