O aumento nos investimentos alavancou o crescimento econômico da Índia nos 12 meses até março de 2023, à medida que o governo avança com planos maciços de investimento de capital, disseram economistas citados na quinta-feira (1º) pela agência britânica Reuters.
A formação bruta de capital fixo, que mede o investimento, aumentou 8,9% no primeiro trimestre de 2023 e 11,4% no último ano fiscal indiano, que é entre abril de 2022 e março de 2023, segundo dados divulgados na quarta-feira (31). O governo central orçou dez trilhões de rúpias indianas (R$ 612,77 bilhões) em investimentos de capital para este ano fiscal.
O impulso do investimento de capital nos últimos três anos levou o crescimento do setor de construção para mais perto dos níveis pré-pandêmicos, disse Sajjid Chinoy, principal economista da Índia na norte-americana JP Morgan. O setor cresceu 10,4% no quarto trimestre e 10% em todo o ano fiscal de 2022-23.
Os economistas estão mais céticos em relação ao surto de crescimento de 4,5% observado no valor agregado bruto (GVA, na sigla em inglês) do setor industrial.
O crescimento de 4,5% do GVA do setor industrial, por sua vez, está sendo parcialmente atribuído pelos economistas a uma peculiaridade estatística, com o governo calculando o PIB real através do ajustamento do crescimento do PIB nominal com um deflator de inflação intimamente ligado aos preços de atacado em vez dos preços de varejo.
No entanto, o Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da S&P Global India também subiu para 58,7 pontos em maio, o melhor valor desde outubro de 2022.
"As condições de demanda demonstraram uma força notável, com as encomendas de fábrica aumentando ao ritmo mais rápido desde janeiro de 2021", de acordo com um comunicado divulgando os dados do PMI.
Já o consumo privado cresceu em um ritmo anual lento de 2,8% no quarto trimestre de 2022, e desceu 2% em relação ao terceiro trimestre desse ano. Quanto ao primeiro trimestre de 2023, ele apenas subiu 0,5% em relação aos três meses anteriores.
"A inflação mais alta pode ser a principal razão por trás do desempenho lento do consumo privado", teorizaram Sonal Varma e Aurodeep Nandi, da japonesa Nomura.