Panorama internacional

Polônia rechaça críticas dos EUA e da UE de lei contra suposta interferência da Rússia

O Estado-membro da OTAN respondeu às críticas de Washington e de Bruxelas sobre um projeto de lei que, segundo eles, poderia ser usado como martelo contra a oposição.
Sputnik
Andrzej Duda, presidente da Polônia, rebateu na terça-feira (30) as críticas dos EUA e da União Europeia sobre uma lei que potencialmente colocaria o líder da oposição do país sob investigação antes das próximas eleições, dizendo que as objeções são injustificadas.
Em outubro ou novembro de 2023 devem ser realizadas eleições parlamentares na Polônia, que determinarão o partido no poder no país. Atualmente o partido governista é Lei e Justiça, de direita, sendo Donald Tusk, da Plataforma Cívica centrista, considerado seu principal oponente.
Os EUA e a União Europeia disseram, citados na quarta-feira (31) pela agência norte-americana Bloomberg, que as medidas para a criação de um painel de supervisão de políticos supostamente influenciados pela Rússia, que provavelmente teria como alvo Tusk, poderiam ser usadas indevidamente para influenciar uma votação muito disputada.
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A legislação dá ao painel investigativo poderes sem precedentes, incluindo a capacidade de impedir efetivamente que os funcionários exerçam cargos públicos, ignorando o sistema judicial regular. O Departamento de Estado dos EUA disse que o painel poderia bloquear os candidatos da oposição "sem o devido processo", enquanto a Comissão Europeia afirmou poder tomar uma decisão contra Varsóvia.
Duda, por sua vez, argumentou que a lei contém um direito de apelação e "absolutamente não" impede que os candidatos busquem um cargo. Os críticos dizem que o processo de apelação pode levar anos para reverter qualquer decisão inicial.
"Não entendo muito bem a reação de nossos aliados. Não sei se eles foram enganados por políticos da oposição, se foram enganados por erros na tradução do projeto de lei, ou se alguém simplesmente não o explicou", sugeriu o presidente polonês em uma entrevista.
Duda se ofereceu para falar diretamente com Joe Biden, presidente dos EUA, para explicar a nova legislação.
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