Uma contraofensiva seria um "banho de sangue" para a Ucrânia porque o atacante sempre sofre grandes perdas, portanto, deve ser evitada antes de começar, disse Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria.
"Eu mesmo, como um homem que serviu no Exército por um ano e meio, mesmo sem acabar uma academia militar aprendi que os atacantes podem ter três vezes mais baixas do que os defensores. E para um país cuja população é apenas uma parte da população do país adversário – na Rússia a população é de 130-140 milhões, na Ucrânia não sabemos quantos, provavelmente algo entre 30-40 milhões – iniciar uma grande estratégia nessas circunstâncias é um banho de sangue", advertiu Orbán na rádio Kossuth.
"Portanto, acho que, antes mesmo do início da contraofensiva ucraniana, tudo deve ser feito para convencer os lados da necessidade de um cessar-fogo e de conversações de paz. Caso contrário, perderemos muitas vidas humanas", acrescentou.
Desde o início do conflito a Hungria tem se oposto consistentemente às sanções sobre os recursos de energia russos e ao envio de armas para a Ucrânia. Em março de 2022, o parlamento húngaro publicou um decreto que proíbe o envio de armas para a Ucrânia a partir de seu território.
Peter Szijjarto, ministro das Relações Exteriores e do Comércio húngaro, explicou que Budapeste busca garantir a segurança do território da Transcarpátia, onde vivem húngaros étnicos, já que os suprimentos de armas que a atravessem podem se tornar um alvo militar legítimo. A liderança do país tem sublinhado repetidamente que a Hungria defende o início das negociações de paz o mais rápido possível.