Operação militar especial russa

Diplomata americano: Kiev queria participação direta da OTAN com ataque à região de Belgorod

O recente ataque ucraniano à cidade de Shebekino teve como objetivo provocar as forças russas de forma a tornar possível um envolvimento direto da Aliança Atlântica, de acordo com um especialista.
Sputnik
O objetivo do recente ataque ucraniano à região russa de Belgorod foi provocar uma reação automática dos militares russos, disse à Sputnik o ex-diplomata e ex-assessor sênior de política externa dos EUA, Jim Jatras.
As Forças Armadas da Rússia frustraram no início desta semana uma nova tentativa de Kiev de realizar um ataque terrorista contra a população civil da cidade de Shebekino, na região russa fronteiriça de Belgorod, e violar a fronteira estatal do país. Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, as forças ucranianas perderam pelo menos 30 efetivos, três veículos blindados de combate e quatro picapes.
O objetivo desse ataque terrorista na região de Belgorod é "tentar induzir os russos a algum tipo de resposta estúpida, precipitada ou emocional", disse Jatras à Sputnik. Isso, acrescentou, "desencadearia então a esperança dos ucranianos de algum tipo de entrada direta da OTAN na guerra, que eles veem como sua única salvação possível".
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"Não acho que isso vá funcionar, mesmo eles pensando que entrariam na guerra, a propósito, diretamente, [e] não acho que isso salvaria o atual Estado ucraniano, e, de qualquer forma, não acho que os russos vão cair nessa. Eles entendem o que está acontecendo, que isso é uma provocação. Eles não vão cair nessa. Eles vão continuar com seus planos", apontou o ex-diplomata americano.
Sobre a altamente falada contraofensiva de Kiev contra as forças russas, Jatras sugeriu que as autoridades ucranianas "podem levar isso adiante porque estão recebendo pressão política de Washington e Londres". Ele sugeriu que a contraofensiva poderia resultar na morte de "muitos homens sem nenhuma vantagem militar real".
"Mas, pelo menos, se eles conseguirem ganhar alguns quilômetros, eles dirão, vejam, agora estamos negociando a partir de uma posição de força. Vamos pedir um cessar-fogo e esperar que consigamos algo com isso. Acho que é isso que eles tentarão fazer. Não acho que vá funcionar", concluiu.
Apesar de Moscou ter indicado repetidamente que está disposta a participar de negociações de paz com Kiev, o presidente ucraniano Vladimir Zelensky assinou anteriormente uma lei para impedir que seu país negocie com a Rússia. Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, observou que já está cansado de responder às declarações de Washington de que Moscou não quer manter um diálogo de paz com Kiev.
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