Neste domingo (4), o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, acusou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de policiar ineficazmente as atividades nucleares do Irã, sugerindo que a agência corre o risco de se tornar politizada e irrelevante.
"O Irã continua mentindo para a AIEA. A capitulação da agência à pressão iraniana é uma mancha negra em seu histórico [...]. Se a AIEA se tornar uma organização política, então sua atividade de supervisão no Irã não terá importância, assim como seus relatórios sobre a atividade nuclear iraniana", afirmou Netanyahu citado pela Reuters.
A crítica incomum do governo israelense ao órgão da ONU seguiu um relatório divulgado na semana passada no qual foi declarado que Teerã havia fornecido uma resposta satisfatória em um caso de suspeita de partículas de urânio e reinstalado alguns equipamentos de monitoramento originalmente implantados sob o acordo nuclear de 2015.
Em uma aparente referência a isso, Netanyahu também declarou que "as desculpas do Irã [...] em relação à descoberta de material nuclear em locais proibidos não são apenas não confiáveis, mas também tecnicamente impossíveis".
Em um discurso na ONU em 2012, Netanyahu considerou o enriquecimento de 90% pelo Irã uma "linha vermelha" que poderia desencadear ataques preventivos, relembra a mídia.
Entretanto, os especialistas estão divididos sobre se Israel – apesar de ter um Exército avançado que se acredita ter armas nucleares – pode causar danos duradouros às instalações distantes, dispersas e bem defendidas do Irã.