Poucas horas antes do discurso do chefe do Pentágono, Lloyd Austin, no fórum anual de segurança Shangri-La Dialogue em Cingapura, no sábado (3), os EUA e seu aliado mais próximo Canadá organizaram a passagem de navios de guerra pelo estreito de Taiwan.
Em resposta, uma força foi criada para escoltar e
monitorar as embarcações ao longo de toda a rota pelo Exército de Libertação Popular chinês. Por sua vez, o secretário de Defesa dos EUA afirmou no fórum que
Washington não "vacilaria diante do bullying ou coerção" da China e continuaria regularmente navegando e sobrevoando o estreito de Taiwan e o mar do Sul da China.Comentando o incidente, o ministro da Defesa da China, Li Shangfu, ressaltou que Pequim não vê problemas em garantir a liberdade de navegação e passagem inocente de navios estrangeiros nas águas relevantes.
A passagem pelo estreito de Taiwan dos EUA e seus
aliados mais próximos cronometra intencionalmente o fórum em Cingapura
para pressão militar e política sobre a China, disse em uma entrevista à Sputnik o diretor do Instituto da Ásia e África da Universidade Estatal de Moscou, Aleksei Maslov.
Além disso, ele acrescentou que, enquanto a China costumava se limitar a declarações do seu Ministério das Relações Exteriores, agora sugere duramente a possibilidade de usar a força militar para proteger seus interesses.
Ao mesmo tempo, outra especialista do Centro de Estudos Regionais e Nacionais da Universidade Chinesa do Sudoeste de Comunicações, Qian Yaxu, em entrevista à Sputnik, afirmou que China tem o potencial de proteger sua soberania e interesses de ações e práticas que pisoteiam suas "linhas vermelhas".
Ela também observou que o ministro da Defesa chinês, por sua vez, destruiu os esforços dos EUA para depreciar a China, expô-la como uma ameaça à
segurança regional e mostrar que
"China é uma potência em ascensão e sua posição sobre questões de segurança é sempre clara e consistente".
O ministro da Defesa da China, Li Shangfu, fez sua primeira declaração pública internacional no fórum Diálogo de Shangri-La, maior conferência de defesa da Ásia, em Cingapura. Ele se concentrou nos três pilares da diplomacia chinesa, na resposta correta dos EUA e seus aliados, da qual dependerá a segurança e a estabilidade sustentáveis na Ásia.
Um deles é que a China e os EUA devem resolver
suas diferenças adequadamente, superar suas dificuldades e encontrar o caminho certo para se dar bem uns com os outros, disse ele.
Outra é a inacessibilidade de minar a tendência constante de aumento da estabilidade no mar do Sul da China. Segundo o ministro, alguns países não regionais sob a bandeira da "liberdade de navegação" impõem "hegemonia da navegação".
Por último, o ministro referiu ainda que a reunificação da China é uma tendência histórica dominante e um curso de acontecimentos que não podem ser travados.