Panorama internacional

Analista: refinarias indianas economizam bastante ao comprar petróleo da Rússia, lucrando com isso

De menos de 1% de participação no mercado de petróleo bruto da Índia em fevereiro de 2022, a cota-parte da Rússia chegou a uns fenomenais 42% em maio de 2023, com as importações de petróleo russo atingindo um recorde de 1,96 milhão de barris por dia (bpd) no mês passado.
Sputnik
O especialista indiano e comentarista sobre questões globais de energia Narendra Taneja, presidente do Instituto Independente de Política Energética, declarou à Sputnik na terça-feira (6) que as refinarias indianas seguirão comprando petróleo russo, pois isso permite "uma boa economia" para essas empresas.
Taneja também observou que o petróleo russo é de boa qualidade e é comprado com grandes descontos em comparação com o petróleo Brent dos Estados Unidos e o dos países do Oriente Médio.

"O petróleo russo é de boa qualidade e está disponível a preços atraentes. Você compra petróleo de quem lhe oferece um negócio melhor. Tudo é uma questão econômica. Para as refinarias indianas, comprar da Rússia permite uma boa economia. Isso não tem nada a ver com política", disse o analista internacional.

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Os comentários de Taneja ocorrem em um cenário em que a Índia bateu todos os recordes anteriores em relação às suas compras de petróleo da Rússia.
Com uma participação atual de 42% no mercado de petróleo da Índia, as importações de petróleo bruto da Rússia já ultrapassaram as compras combinadas dos fornecedores tradicionais (Arábia Saudita, Iraque, Emirados Árabes Unidos e EUA).
A cota-parte da Rússia nas importações de petróleo de Nova Deli é a maior de um único país na última década.
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Quando perguntado especificamente se as importações russas poderiam ultrapassar a barreira dos dois milhões de bpd e atingir uma participação de 50%, Taneja disse que isso depende de vários fatores, como o preço do petróleo nos mercados globais, a taxa de inflação interna e o crescimento geral do PIB do país.

"Se os preços do petróleo no mundo todo subirem acima de US$ 90 [R$ 443,5] por barril e a Rússia ainda oferecer descontos atraentes, é provável que as refinarias indianas comprem ainda mais petróleo de Moscou", resumiu Taneja, enfatizando que as importações indianas de petróleo da Rússia não têm nada a ver com sua operação militar na Ucrânia.

A Rússia lançou a operação militar especial na Ucrânia em fevereiro passado, resultando na imposição de sanções por parte dos Estados Unidos e do Ocidente em geral a Moscou.
Desde então, a Índia se tornou um dos principais parceiros comerciais de Moscou, com o comércio geral entre as duas nações atingindo um nível recorde de US$ 44,4 bilhões (R$ 218,8 bilhões) durante o último ano fiscal.
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