"O anúncio de um novo míssil hipersônico é, por um lado, uma mensagem para assegurar ao povo iraniano que o comando militar está sempre pronto para proteger os civis. Por outro lado, esta é uma mensagem clara para a liderança militar israelense para não tomar medidas precipitadas contra o Irã", considera o especialista em questões militares e estratégicas Hisham Jaber, general de brigada aposentado.
De acordo com o analista libanês, "o grande progresso do Irã na área de armamento de mísseis afeta efetivamente a balança de forças na região e constitui um fator de dissuasão dos planos de Israel de [realizar ataques] contra o território iraniano".
Uma opinião semelhante foi expressa pelo especialista militar libanês Amin Hteyt, general de brigada na reserva. Ele considera que, após a recente normalização das relações com a Arábia Saudita, o Irã está seguindo uma nova política na região envolvendo um reforço militar como medida preventiva contra possíveis ataques israelenses.
"O novo míssil pode contornar o sistema de defesa antiaéreo israelense e, graças à sua alta velocidade, pode atingir um alvo em território israelense em quatro minutos. Durante esse tempo, o [sistema] Cúpula de Ferro não poderá intercepta-lo", diz o especialista. Tendo em conta que os mísseis de menor velocidade e precisão conseguiram romper a proteção da Cúpula de Ferro, o Fattah "é uma mensagem clara para Israel não tomar medidas precipitadas contra o Irã", acredita Hteyt.
De acordo com a mídia iraniana, o míssil apresentado ontem pela República Islâmica tem alcance de 1.400 quilômetros e é capaz de penetrar a defesa aérea adversária graças à sua alta mobilidade, enorme velocidade de até Mach 13 (15 mil quilômetros por hora) e grande furtividade para radares.