"O FMI continua conversando com as autoridades argentinas sobre o fortalecimento do programa do país. As equipes estão trabalhando muito", disse Kozack na entrevista coletiva.
A porta-voz sustentou que o FMI espera que "uma reunião pessoal ocorra em algum momento" e considerou que o país enfrenta uma situação econômica "muito complexa".
Ela sustentou que as discussões estão focadas em políticas para salvaguardar a estabilidade, melhorar a sustentabilidade fiscal e fortalecer as reservas.
"São essenciais para reduzir a inflação e, em última análise, proteger os membros mais vulneráveis da sociedade, que muitas vezes sofrem o peso nestes tempos econômicos difíceis", acrescentou.
As declarações de Kozack acontecem dias antes da visita de uma delegação do Ministério da Economia para se reunir com técnicos do FMI, noticiou o Página 12.
A negociação gira em torno do valor que o FMI poderia adiantar e qual percentual desse adiantamento seria usado para cancelar a dívida.
Segundo a imprensa local, o ministro da Economia, Sergio Massa, analisa um pagamento parcial antes do vencimento e espera chegar a um acordo técnico até o final do mês.
A seca que atinge o país, a mais grave dos últimos 60 anos, reduziu a entrada de dólares no Banco Central da República Argentina (BCRA, na sigla em espanhol), para o qual o FMI concedeu uma meta de reserva mais flexível de US$ 1,8 bilhão (cerca de R$ 8,8 bilhões) para este ano, mas não no déficit fiscal, cuja meta para 2023 é de 1,9% do produto interno bruto (PIB).
Em 18 de maio, a Auditoria Geral da Nação aprovou por maioria um relatório sobre as irregularidades no empréstimo que o FMI concedeu ao governo de Mauricio Macri (2015-2019), que representou 127 vezes a capacidade de endividamento do país.
O acordo, de quase US$ 57 bilhões (cerca de R$ 280,6 bilhões), resultou ser o "mais importante da história da Argentina", afirmou o auditor geral, Francisco Fernández.