Um vídeo que circula nas redes sociais mostra sabotadores pró-ucranianos em posse de armas antitanque suecas, supostamente durante sua tentativa frustrada de se infiltrar na região russa de Belgorod.
Um grupo autoproclamado de militantes poloneses pró-ucranianos que se autodenomina Corpo de Voluntários Poloneses recentemente compartilhou um vídeo supostamente filmado na Rússia durante um dos ataques malsucedidos, onde os terroristas são retratados manejando munições antitanque Pansarskott 86 suecas. A autenticidade do clipe foi verificada pela emissora nacional da Suécia, que localizou geograficamente a filmagem como filmada na Rússia. Anteriormente, Estocolmo enviou 15.000 desses projéteis para Kiev.
Os sabotadores teriam usado armas originalmente fornecidas a Kiev pelos EUA, Polônia, República Tcheca e Bélgica, o que obviamente desmascara a narrativa de armar a Ucrânia "apenas para fins de autodefesa".
Embora o ministro da Defesa sueco, Pal Jonson, tenha sido evasivo em seus comentários, observando que as autoridades estão familiarizadas com os notícias de que munições antitanque suecas foram usadas na região de Belgorod, na Rússia, especialistas apontaram vários problemas com a recente revelação.
O tenente-coronel Peter Liden, da Universidade de Defesa Sueca, argumentou que o video daria a Moscou a oportunidade de "demonstrar que o Ocidente está travando uma guerra contra a Rússia".
Seu colega Magnus Christiansson, professor sênior da Universidade de Defesa Sueca, chamou a filmagem de "notável" e disse que gerou um debate sobre se a Ucrânia pode controlar ou ter a capacidade de rastrear equipamentos militares fornecidos pelo Ocidente.
"Não acho que a Rússia esteja tão surpresa que essas armas estejam sendo usadas porque foram doadas pelo Ocidente à Ucrânia, mas isso cria uma discussão sobre como a Ucrânia usa as armas que recebeu e levanta questões razoáveis sobre se é sensato doar mais armas considerando como esses recursos são usados", disse Magnus Christiansson à mídia sueca.
O Ocidente já cruzou uma linha vermelha para a Rússia com suas entregas de armas cada vez mais descaradas para a Ucrânia, cuja campanha militar depende fortemente de entregas de material ocidental, variando de caminhões e tanques a drones e mísseis. Pela explicação oficial, as armas vêm com uma cláusula para uso exclusivo em território ucraniano.
Em 22 de maio, um grupo de sabotadores ucranianos invadiu o distrito de Graivoronsky, na fronteira com a região de Belgorod, matando um e ferindo vários outros, após o que o governador Vyacheslav Gladkov anunciou uma operação antiterrorista. No dia seguinte, a incursão foi anulada, com a Rússia neutralizando 70 terroristas e divulgando imagens mostrando vários veículos blindados queimados pertencentes aos atacantes, bem como Humvees de fabricação norte-americana virados em crateras.
Nenhuma nação ocidental condenou o ataque ou reconheceu seu papel em armar sabotadores e terroristas. Apenas as Indústrias Estrangeiras e de Defesa da Bélgica prometeram recorrer a Kiev "na primeira oportunidade" para obter uma explicação devido ao uso de armas de fabricação belga no ataque.